Uma advogada na NRF. Por quê?

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Opinião

Uma advogada na NRF. Por quê?

Nossa ideia é estar tão antenada quanto o cliente


18 de janeiro de 2022 - 15h13

Crédito: Divulgação

A NRF, que acontece anualmente em janeiro em Nova York, nos Estados Unidos, é o maior evento de varejo do mundo. Como é de se imaginar, não é uma conferência para advogados, digamos assim. Não tem conteúdo jurídico. Nenhum. Mas eu escolhi ir.

Nosso escritório, no Brasil, trabalha com varejo, franquia, formatação de novos negócios. E, geralmente, o que acontece é o pessoal das empresas varejistas levarem as novidades para o Brasil, querendo implementá-las, e a gente, o jurídico, chega por último. Quando digo “chega por último”, é porque somos inseridos na conversa só quando já está tudo definido, e aí é preciso correr atrás para viabilizar aquela novidade legalmente.

Queremos fazer diferente, por isso a NRF. Nossa ideia é estar tão antenada quanto o cliente, nos antecipar, para quando ele vier nos procurar, já estarmos preparadas para não colocar empecilho jurídico para o novo formato de negócio.

O que eu tiro de lição dessa NRF é uma preocupação grande com todas as pessoas envolvidas na cadeia do varejo: funcionários, clientes… Isso inclui o tema da diversidade e inclusão, que já vem forte há algum tempo e agora é momento de quem ainda não fazia, trazer esse tema de forma legítima para a empresa. As gerações mais novas não vão aceitar empresas que não fizerem isso. A CEO da BestBuy, Corie Barry, reforçou que as expectativas dos consumidores não são estáticas, e ela falou da importância de olhar para o consumidor com um olhar mais humano, não só como consumidor.

Isso leva a outra reflexão, sobre os canais de venda. Em 2030, as gerações Z (metade dos anos 90 até 2010) e Alfa (a partir da década de 2010) serão metade da população. Esses jovens vivem a realidade omnichannel de uma outra forma, com uma jornada de compra que não é linear. Flutuam sobre tudo, principalmente em redes sociais. Olham no site, buscam na loja física. Tudo se mistura. É uma realidade forte para eles. Para o varejista, é importante se preocupar com todos os canais de forma igual, e tudo muito integrado.

Outro ponto forte da NRF foi a questão da logística e velocidade de entrega. O consumidor espera mais velocidade nas entregas, em duas horas, 10 minutos, 24 horas. A integração dos canais de venda é fundamental para que isso se concretize, assim como parcerias – até com concorrentes. O tempo de resposta para tirar dúvida do consumidor também está cada vez menor, e as ferramentas tecnológicas ajudam nisso. Mas, quando dá problema, o consumidor quer um ser humano para atendê-lo.

E, claro, muito se falou de metaverso, NFTs (token não fungível, na sigla em inglês, um tipo especial de token criptográfico que representa algo único), gamificação, avatares. A gameficação já é real, assim como a venda de peças de roupas para avatares. Geração Z e Alfa querem isso. O Brasil tem outra realidade financeira, de público, mas a gente tem que olhar para isso. Ao menos entender as oportunidades para alguns tipos de negócio.

Levo de lição para o Brasil que, nessa parte digital, virtual, de metaverso e NFT, que a gente precisa se preparar do ponto de vista jurídico. O que nossa legislação já tem? Porque quando isso estourar, precisamos saber como orientar, que imposto pagar, como pagar. E vai acontecer de um dia para o outro, como aconteceu com o e-commerce na pandemia.

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