Marketing
Cannes Lions: Clareza estratégica
Primeira CMO global da Johnson & Johnson, Alison Lewis defende objetivos bem definidos como solução para enfrentar a complexidade do mercado
Primeira CMO global da Johnson & Johnson, Alison Lewis defende objetivos bem definidos como solução para enfrentar a complexidade do mercado
Roseani Rocha
14 de julho de 2016 - 12h12
Em dezembro de 2013, Alison Lewis deixou para trás 17 anos de atuação no mundo dos refrigerantes e outras bebidas ao trocar a Coca-Cola pela Johnson & Johnson. A proposta estava à altura de sua experiência: Alison se tornaria a primeira CMO global da J&J (o cargo não existia antes) e teria como missão coordenar os esforços de marketing para marcas poderosas como Johnson’s Baby, Neutrogena, Listerine e Tylenol entre outras, num total de 12 “mega brands” que fazem parte do portfólio da companhia. Além das estratégias globais, em planos quinquenais para expansão de categorias, cabe a ela coordenar a formação dos profissionais de marketing da J&J, ajudar a desenvolver áreas como digital e consumer insights e liderar o desenvolvimento do pipeline de inovação. A lista de tarefas é grande, mas é com simpatia e sorriso no rosto que a executiva fala sobre tudo isso e detalha as metas mais agressivas de crescimento da J&J, que recentemente fez duas aquisições globais, da NeoStrata, em dermocosméticos, e da Vogue International, que fortaleceu seu portfólio de cuidados para os cabelos. Segundo Alison, a complexidade crescente do mercado deve ser respondida com objetivos bem definidos.
Meio & Mensagem — No Brasil, temos notado esforços da J&J para modernizar sua comunicação e os investimentos em marketing têm crescido. Qual o cenário global para o marketing da companhia?
Alison Lewis — É meio que similar ao que você tem visto no Brasil. É ótimo que estejam percebendo isso, mas estamos realmente, em primeiro lugar, continuamente aumentando nossos investimentos em marketing. Porque acreditamos que marketing é crítico para nosso negócio. Temos trabalhado duro para encontrar produtividade em nosso P&L e podermos, então, reinvestir em marketing. Outra coisa que estamos tentando fazer, da perspectiva do marketing, e acho que vocês têm visto um pouco disso no Brasil, é de fato mudar de um modelo unicamente centrado em TV para reconhecer digital, social e realmente tentar entender e nos assegurar que estamos colocando nossos investimentos onde o consumidor está, onde os momentos que realmente importam para ele estão. Queremos detectar os lugares onde podemos ter influência e converter aquele consumidor em um comprador ou shopper.
M&M — De acordo com José Cirilo, head de marketing da J&J Brasil, os investimentos em digital subiram de 1% há três anos para quase 20% agora. Esses 20% estão dentro da média global ou depende mais de cada marca e mercado?
Alison — Globalmente, na verdade, está um pouquinho mais alto. Estamos entre 26% e 28% de nosso investimento em digital, muito disso guiado por mercados altamente desenvolvidos como os Estados Unidos, que fazem um investimento enorme em digital, ou o Reino Unido, que é outro exemplo. Mas todos os mercados têm acelerado o investimento em digital rapidamente.
Durante o Cannes Lions 2016, Meio & Mensagem ouviu os executivos globais de marketing da P&G, Unilever e J&J. Esta é uma das três entrevistas exclusivas da série.
M&M — E qual o investimento nos Estados Unidos, que é o mais desenvolvido? Como ele tem sido aplicado?
Alison — Acredito que esteja entre 33% e 35%. Search é uma parte grande do nosso investimento em digital, é muito importante. Como você pode imaginar, o Dr. Google está vivo e muito bem e as pessoas quando estão online realmente o consultam. Tenho uma dor de cabeça que não passa, tenho alergias, o que faço? Se existe uma gripe, vão pesquisar os sintomas Então, beleza, como uma categoria geral é muito grande, creio que de US$ 135 bilhões globalmente. Investimos em lugares onde identificamos espaços em nosso portfólio. A Vogue International em haircare ou a NeoStrata em dermocosméticos terão um papel fundamental em nos ajudar a preencher esses espaços em branco.
M&M — A J&J foi patrocinadora da Copa em 2014. Como avalia os resultados desse investimento?
Alison — O investimento teve um resultado muito bom, particularmente no Brasil. Eles fizeram um trabalho incrível sob a plataforma do “Carinho inspira carinho”. Fizemos muitas avaliações sobre qual era o retorno para nós e em como ativamos essa propriedade globalmente. Funcionou muito muito bem para a gente. Ficamos muito satisfeitos com as ativações da Copa do Mundo no Brasil.
A íntegra desta entrevista está publicada na edição 1718, de 11 de julho, exclusivamente para assinantes do Meio & Mensagem, disponível nas versões impressa e para tablets iOS e Android.
Compartilhe
Veja também
O Boticário faz camarote para Madonna na casa de Narcisa
Marca irá promover linha de produtos Casa 214 em experiência para cinco fãs da marca no apartamento de Narcisa Tamborindeguy
Efeito Madonna: os impactos da vinda da artista para marcas e negócios
Prefeitura do Rio de Janeiro espera movimentar milhões, o show com transmissão ao vivo na televisão e streaming movimentou as marcas na criação produtos inéditos