Eventos adiados fomentam investimentos em tecnologia
Com Campus Party e desfiles de Carnaval postergados, formatos híbridos despontam como alternativa no mercado
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Thaís Monteiro
4 de fevereiro de 2022 - 18h09
O cancelamento das comemorações públicas em diversas cidades do País na entrada de 2022 em decorrência da Covid-19 serviu como prenúncio do que viria a seguir. O Carnaval de rua foi vetado por prefeituras de vários municípios, os desfiles das escolas de samba foram adiados e, agora, eventos mais restritos tiveram sua data adiada, como foi o caso da Campus Party, que aconteceria em 15 de fevereiro e foi postergada para 16 de julho. A instabilidade no cenário da pandemia inicia um novo ciclo de conversas sobre a volta dos eventos ao digital, com maior investimento em tecnologia e interatividade.
Na percepção de Bruno Palanti, gerente de atendimento e novos negócios do Grupo MM, empresa de eventos corporativos, há uma demanda forte de eventos como um todo, independente de tamanho ou formato. O mercado viveu fases nos últimos anos. “Primeiro o evento 100% virtual, evoluindo para o híbrido, quando ganhamos a confiança em levar pessoas para o presencial, para um estúdio para acompanhar inloco, minimizando as viagens de quem estava muito distante, e também para os eventos 100% presencial”, descreve.
Segundo o executivo, a realização de eventos grandes, com mais de duas mil pessoas, deve ser retomada de forma mais lenta. Ainda há esperança em relação à vacinação. Apesar da alta taxa de contágio da variante Ômicron, a sintomatologia dos doentes está menos expressiva. Na opinião de Breno Ferreira, VP de Experience da TracyLocke, com a consolidação e ampliação da vacinação, a expectativa é de que esse cenário perdure até final de março. A partir de então, o executivo acredita que exista a possibilidade de maior flexibilização para eventos de grande porte, principalmente em espaços abertos.Enquanto isso não ocorre, a tendência é que o investimento em tecnologia aumente, principalmente para melhorar a experiência interativa da audiência, dinamizar o tempo de participação, seja com o uso de realidade aumentada, cenários virtuais e etc. “Foi um ponto de partida, mas não é o ponto de chegada. Temos muito ainda o que evoluir e crescer, cada dia surgem novos usos para a tecnologia. É importante estarmos sempre antenados nas tendências para podermos trazer experiência aos participantes. Eventos memoráveis são regados de experiências novas e inesquecíveis, e é isso que devemos aprimorar sempre”, afirma Palanti.
O metaverso é uma tecnologia que avança nesse cenário. Apesar de incipiente na forma de trazer todos os conceitos, imagens e ativações sensorial, eventos grandes já usam a inovação. O SXSW de 2021 usou uma plataforma com avatares para que o usuário navegasse pela cidade virtual de Austin durante o evento remoto. “Já é uma realidade completamente viável tanto para ser a principal experiência quanto para ser parte de um evento hibrido”, diz Ferreira. O desafio é que preocupações com a execução e investimento tem que ser muito bem alinhados.
Para o executivo, os eventos híbridos vieram pra ficar e as experiências digitais vão ser cada vez mais relevantes nas suas entregas e não somente um ponto de atenção. “As empresas e eventos, por mais que estejam receosas com esse momento, precisam se conectar, os eventos não deixaram e não deixarão de acontecer, mas o que é necessário buscar aproximar as pessoas de todas as formas possíveis, minimizando riscos e exposições desnecessárias, mas trazendo as pessoas para dentro do evento, seja digital ou presencial”, complementa Palanti.*Crédito da imagem no topo: Shutterstock
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