Classe CD não é segmento na web
Para Renato Meirelles, do Data Popular, para uma marca se comunicar na internet é preciso falar a língua da classe média
Para Renato Meirelles, do Data Popular, para uma marca se comunicar na internet é preciso falar a língua da classe média
Fernando Murad
3 de maio de 2011 - 6h54
O importância dos meios digitais na vida dos brasileiros foi o pano de fundo do evento “O Poder Transformador do Digital”, promovido pelo UOL nesta terça-feira, 3, em São Paulo, para apresentar os resultados da quinta edição do Top of Mind Internet, realizado em parceria com o DataFolha.
Na abertura das apresentações, Renato Meirelles, diretor geral do Data Popular, mostrou um panorama da presença da classe C na web. Segundo ele, oito em cada dez internautas brasileiros são das classes C e D. “Na web, AB é segmento, CD, não. A massa de renda das classes emergentes na web em 2010 foi de R$ 273 bilhões. O que era sonho de consumo, virou meta”, pontua Meirelles.
De acordo com ele, o grande desafio das empresas no trabalho de comunicação nas plataformas digitais é falar a língua que todo mundo entende, a língua da classe média – que segundo ele é formada pela população das classes C e D, que atualmente representam 60% da renda do País.
Falta de diálogo
Na opinião de Tim Lucas, fundador da TWR America, o Brasil tem grande conexão com a internet porque os brasileiros gostam de falar e encontram todas as ferramentas para isso na web. “Mas as marcas esquecem uma coisa fundamental: para conversar, primeiro é preciso escutar. O primeiro passo é escutar e entender”, aponta o especialista na investigação dos hábitos dos jovens consumidores e tendências culturais.
Luiz Marinho, sócio-diretor da Brandworks, vai mais longe. Segundo ele, marcas e agências não estão a fim de dialogar. “Conversar dá trabalho. E quem vai falar em nome da empresa? O departamento de relações públicas? O estagiário? As empresas precisam ouvi-los não só do ponto de vista de consumo, mas de cultura”, aponta o publicitário.
O diretor de marketing da Fiat e presidente da Associação Brasileira de Anunciantes (ABA) João Ciacco não compartilha da opinião de Marinho. “Acho que os anunciantes estão dispostos sim. Porque eles não têm escolha. Apenas o comercial de TV e a página dupla em revista não resolvem mais. É preciso ir aos limites e até errar”, analisa.
Compartilhe
Veja também
“Além de Vale Tudo, não temos outras propostas de remake”, diz Amauri Soares
Diretor geral da TV Globo fala sobre os desafios pela atenção do público ao longo dos 60 anos e afirma que métricas de audiência não contemplam o alcance do conteúdo
O impacto do WhatsApp na jornada de compra, segundo a Meta
Estudo realizado a pedido da empresa indica que 89% usam a plataforma para se comunicar com comércios ou prestadoras de serviços e traça oportunidades para as marcas