YouTube Red: não nos compare com a Netflix
Robert Kyncl, responsável pela área de novos negócios da plataforma, afirma que a estratégia do YouTube é oposta ao líder de mercado na área de streaming
Robert Kyncl, responsável pela área de novos negócios da plataforma, afirma que a estratégia do YouTube é oposta ao líder de mercado na área de streaming
Meio & Mensagem
22 de outubro de 2015 - 7h30
Agora que o YouTube revelou seu serviço de assinatura, seria inevitável comparar o YouTube Red à Netflix. Mas a própria empresa prefere que essa comparação não aconteça.
"Nosso serviço de assinatura é completamente diferente do que a Netflix é", disse Robert Kyncl, responsável pela área de novos negócios do YouTube. "Cada passo que demos ao longo dos últimos anos é completamente o oposto do que a Netflix está fazendo."
Uma diferença óbvia é o conteúdo que a Netflix e o YouTube Red produzem. O YouTube anunciou uma série de novos programas e filmes, porém, todos eles contam com protagonistas que se tornaram destaque na própria plataforma. Isso significa que o foco da produção é um grupo de jovens que compõe a maior audiência do serviço de vídeos do Google.
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Kyncl reforçou que o YouTube Red é um serviço que, há tempos, vem sendo solicitado pelos usuários da plataforma. Não menos importante, a polêmica atual em torno dos “ad blockers” para dispositivos móveis tem mostrado que muitas pessoas estão dispostas a pagar para se livrar dos anúncios.
É amplamente reconhecido que a maior atração para um serviço de assinatura é o conteúdo que você não pode obter em outros lugares, e as pessoas que vão querer o conteúdo do YouTube são, provavelmente, os adolescentes. O foco nos jovens proporciona ao YouTube um desafio específico, por que os consumidores mais velhos e mais ricos são os mais propensos a pagar US$ 10 por mês por uma assinatura.
Kyncl reconheceu que o YouTube refletiu sobre tal questão ao desenvolver o serviço. "Estamos começando e cada serviço de assinatura passa por um processo de evolução", disse.
O YouTube deve optar por competir mais diretamente com a Netflix, que teria um dos principais ingredientes necessários para replicar a estratégia de programação original: os recursos para pagar as empresas na produção de conteúdo exclusivo.
Ao mesmo tempo, ele tem algo que a Netflix provavelmente acharia quase impossível de replicar: milhões de jovens dispostos a postar conteúdo livre na esperança de ficar famoso.
Richard Raddon, fundador e diretor executivo da Zefr, uma empresa que ajuda anunciantes a segmentar anúncios de vídeo, diz que isso pode dar flexibilidade ao YouTube. "Seria mais fácil para o YouTube se tornar Netflix", disse ele, "que para Netflix para se tornar o YouTube."
Com informações do AdAge
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