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Pandemia faz pessoas e empresas repensarem ocupação dos locais de residência e trabalho, e, assim, aquece o mercado imobiliário


9 de agosto de 2021 - 13h44

(Crédito: Undrey/ iStock)

A pandemia não só obrigou as pessoas a passarem mais tempo em suas residências, e muitos a trabalharem em casa, como tantos outros a repensarem o local de moradia e a valorizarem aspectos que antes não levavam tanto em conta, em busca de maior qualidade de vida — o que embala a evolução de conceitos como o da “moradia flexível”.

As empresas também se movimentaram, algumas simplesmente abandonaram a manutenção de uma sede física fixa, enquanto outras reduziram os metros quadrados que ocupam, aderiram aos espaços de coworking ou saíram em busca de lugares mais adequados às demandas do trabalho híbrido e mais conectados com o bem-estar de suas equipes e aos efeitos benéficos da adesão ao home office.

Sofrendo todos esses efeitos, e beneficiado pela disponibilidade de crédito e juros baixos, o mercado imobiliário vive uma ebulição. Mesmo que em termos de negócios já tenha vivido momentos melhores, nunca esteve diante de um cenário como o atual, que mistura digitalização desde os canteiros de obras da indústria da construção civil até as ferramentas de vendas e marketing imobiliário, que dão papel mais ativo ao comprador ou locatário nas transações.

Em 2020, apesar da estagnação macroeconômica e do enorme déficit habitacional do Brasil, ainda longe de ser resolvido, o setor imobiliário cresceu 26% de acordo com dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). A Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) reporta alta de quase 60% nos valores financiados no ano passado, o que expressa o desejo de mudança do brasileiro, mesmo em tempos difíceis.

Esse sentimento é visto não apenas nos setores de compra e locação, mas também no de reformas, que ajuda a aquecer a venda de materiais de construção. A projeção, revista para cima, da Associação Brasileira de Incorporadora Imobiliárias (Abrainc) é a de que as vendas de imóveis cresçam 35% em 2021.

A modernização do setor passa pela desburocratização e processos mais ágeis, também impulsionados pelo trabalho das construtechs (startups focadas na construção civil para solucionar problemas da cadeia produtiva, do canteiro de obra à integração com projetos de smart cities) e proptechs (property technology, que desenvolvem tecnologias aplicáveis ao espaço do setor imobiliário), e inclui a adoção de padrões ambientais mais ecológicos e sustentáveis, e de melhores práticas sociais e de governança — sim, a aplicação prática da sigla ESG também impacta esse mercado.

O total de startups classificadas como construtechs ou proptechs cresceu mais de 200% no Brasil nos últimos cinco anos, de acordo com a Terracotta Ventures. É um dos indícios de como a transformação digital impacta o mercado imobiliário.

Esse é o tema central do capítulo de estreia da série Business Transformation, publicada por Meio & Mensagem pelo segundo ano. O projeto multiplataforma contempla oito capítulos com reportagens e entrevistas nas edições semanais, conteúdo em vídeo para o Stories do Instagram e uma plataforma que hospeda todo o conteúdo, no endereço businesstransformation.meioemensagem.com.br. Com o propósito de debater o impacto das mudanças aceleradas pela tecnologia e os reflexos do desenvolvimento econômico em tempos de Covid-19, o projeto especial irá abordar oito segmentos do mercado.

Após a reportagem sobre o setor imobiliário, publicada também na edição semanal, a temporada 2021 segue nas próxima semanas com conteúdos sobre finanças, educação, automotivo, alimentos e bebidas, telecomunicações, higiene e beleza e varejo. Todos eles impactados por novos recursos digitais, mudanças no comportamento de consumo e busca constante de inovação.

*Crédito da foto no topo: iStock

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