Impacto das eleições na visibilidade de creators
O engajamento dos eleitores teve impacto significativo na produção de conteúdo dos creators, mídias de entretenimento e marcas que trabalham com branded content
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A eleição finalmente terminou e muito se falou sobre a publicação em massa de fake news e o efeito nefasto que isso poderia ter na escolha por um candidato ou outro. Mas, independentemente das fake news, qualquer usuário que acessou suas redes sociais nesse período percebeu como o seu feed de notícias, antes lotado com conteúdo variado de influenciadores, marcas favoritas, vídeos fofos de gatinhos ou post de amigos, ficou dominado por conteúdo relacionado às eleições, incluindo nisso os milhões de bate-bocas entre amigos e desconhecidos por conta de preferências partidárias.
O engajamento dos eleitores teve um impacto significativo na produção de conteúdo dos creators, mídias de entretenimento e marcas que trabalham com branded content. Assuntos variados que antes eram de interesse do público perderam a relevância para eleição 2018.
Fizemos uma análise sobre como os algoritmos do Facebook e do YouTube atuaram nesse contexto e o impacto foi grande. Isso pode ser percebido, especialmente, no número de vídeos postados sobre o tema. No período de 16 de agosto até o dia 23 de outubro foram publicados mais de 385 mil vídeos contendo palavras com nomes de candidatos, políticos ou a palavra eleição. Em 68 dias de campanha eleitoral dá em média 5.661 vídeos publicados por dia sobre o assunto totalizando 5.7 bilhões de visualizações. É uma média de 39 views por eleitor brasileiro!
Como referência, durante a Copa do Mundo foram publicados 262 mil vídeos no YouTube e Facebook, ou seja, 28% menos vídeos que durante a eleição, que teve 3% mais visualizações do que o evento global. Em questões de número de interações fica claro no gráfico abaixo como o algoritmo do Facebook amplifica ainda mais as discussões sobre temas que demonstram engajamento.
Com o assunto das eleições em alta os canais que falam sobre o assunto também tiveram destaque. Analisamos dez canais entre criadores de conteúdo e candidatos que publicaram nas redes sociais em 2018 e observamos um crescimento muito expressivo após o mês de julho quando foi iniciada a campanha eleitoral.
Apesar de existir um aporte financeiro para amplificação e compra de mídia, os canais que não são de candidatos também se beneficiaram disso acompanhando o boom gerado pelo algoritmo das redes sociais no período eleitoral sobre o tema de política.
Sendo uma eleição tão polarizada, o engajamento também foi expressivo nesse tempo, acompanhando a tendência das visualizações e se mantendo acima da média indicando que mesmo o conteúdo que foi amplificado obteve resultado excelente em nível de engajamento através dos posts publicados.
Outros políticos que vieram das redes sociais se elegeram no pleito como é o caso dos youtubers “Mamãe Falei”, André Fernandes, Luís Miranda, Kim Kataguiri entre outros que tiveram um salto no número de visualizações, engajamento e publicações no período eleitoral. Nesse caso, os candidatos aproveitaram o uso do algoritmo para criar uma comunicação amplificada de forma tanto orgânica quanto paga.
Os criadores de conteúdo que não falam sobre política puderam sentir essa diferença no mês de setembro, por exemplo. De acordo com o ranking de visualizações no Facebook, páginas que não se envolveram ou trataram de política perderam lugar para páginas ligadas à políticos. Foi o caso de páginas como Tastemade Brasil (-3), Chefclub Brasil (-1), AdoroCinema (-4) e Tasty Demais (-1), que perderam posições para páginas como Quebrando o Tabu (+5), Parafernalha (+25), Delegado Francischini (+13), Jair Messias Bolsonaro (+10), Joice Hasselmann (+35) e Lula, que não estava no ranking e foi posicionado nesse mês na vigésima posição.
*Lembrando que estamos falando somente de vídeos publicados nas plataformas YouTube, Facebook, Instagram, Twitter, Dailymotion e TwitchTV.
Agora, com o fim das eleições e do enorme tsunami de conteúdo ligado à política, a tendência é que essas páginas saiam do ranking progressivamente e que o algoritmo volte a entender o que o usuário comum quer ver, curtir, compartilhar e comentar, dando espaço outra vez para os criadores de conteúdo crescerem na bonança pós-tempestade.
Fonte: Tubular Labs / Google Trends / Eleições 2018 With Google / Na Busca do Candidato
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