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Opinião

Já pensou em um mercado sem prateleiras?

Engana-se quem pensa que esse movimento de customização está apenas dentro do universo do marketing


26 de julho de 2021 - 15h55

Sim, ele existe, basta pegar seu smartphone e com alguns cliques você pode comprar o que quiser. Mas não é exatamente de um supermercado que estou falando, mas de projetos e produtos do mercado publicitário, que assim como um e-commerce precisam cada vez mais atender os clientes sob medida ou tailor made, como o termo é cunhado.

Com tanta competição no mundo dos negócios é imperativo que as empresas se reinventem, pois somente assim poderão ajudar seus consumidores de maneira ímpar e assim atingir seus objetivos.

Ainda que muitas empresas do meio publicitário não estejam dando o devido valor a esse novo modelo, os números mostram que quem não atender esse requisito está fadado ao fracasso. De acordo com pesquisa publicada na Adweek, em um único ano, os gastos com produção de conteúdo customizado chegaram a US$ 1,8 bilhão, apenas nos Estados Unidos. Para se ter uma ideia, esse valor corresponde a 37% do budget de empreendimentos do universo do marketing.

Projetos e produtos do mercado publicitário, que assim como um e-commerce precisam cada vez mais atender os clientes com soluções tailor made (Créditos: Mikael Blomkvist/Pexels)

Quando essa pesquisa é feita em nível mundial, a porcentagem atinge entre 20% e 28% de todo o valor utilizado para o setor publicitário. É o que aponta o relatório do International Content Marketing Forum (ICMF). Outro dado que merece atenção nesse estudo é o fato de que as empresas pretendem investir mais de 50% na produção de conteúdo customizado nos próximos anos. Por isso, fenômenos como o long tail, ou cauda longa e, principalmente, a transformação digital vem permitindo atingir micro segmentos, que exigem linguagem própria, autêntica, que se conecte com valores e ideias cada vez mais pulverizados.

Por isso, engana-se quem pensa que esse movimento de customização está apenas dentro do universo do marketing. Grandes empresas também precisaram se adaptar ao longo dos anos para manterem-se no mercado. Se em 1982, a Nike produzia 200 modelos diferentes, atualmente esse número é infinito, graças à customização. No site da marca você pode escolher o produto e por ali mesmo pedir que ele seja personalizado.

Nos veículos de comunicação, também percebemos cada vez menos produtos de prateleira, e cada vez mais produtos e projetos que rompem com o status quo, que saem da linearidade para cocriar com marcas, parceiros, desenvolvendo conteúdos que rompem suas propriedades e partem para plataformas atingindo um público complementar das plataformas tradicionais, o que é natural, devido a digitalização.

Um caso muito interessante, que merece ser comentado, é do famoso jornal Washington Post, que passou a produzir uma versão para o TikTok que já conta com quase 1 milhão de seguidores, ou seja, mais leitores do que em seu site oficial. A ideia surgiu justamente para que o jornal seja fonte de conteúdo para uma nova geração, adequando-se ao que essas pessoas buscam na hora de se informar, neste caso, conteúdo de consumo rápido, ou seja, ser flexível é o caminho. E você, já está se preparando para trabalhar em um mercado sem prateleiras?

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