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O Big Brother Brasil chama atenção pelo dinheiro ou pela influência digital?

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Opinião

O Big Brother Brasil chama atenção pelo dinheiro ou pela influência digital?

Até para quem não é fã do reality, é impossível dizer que não acompanha


6 de março de 2024 - 14h00

Que o marketing de influência cresceu muito nos últimos anos, todo mundo sabe. Mas diversas pessoas não imaginam o quanto essa função reflete em um dos programas mais assistidos da TV brasileira: o Big Brother Brasil (BBB).

Até para quem não é fã do reality, é impossível dizer que não acompanha. Isso porque as redes sociais não permitem perder informações sobre o que está acontecendo – queira ou não. E, agora, logo no início de mais uma edição, foi despertada a reflexão: o verdadeiro prêmio do programa são realmente os quase R$ 3 milhões?

De fato, esse valor é muito desejado, mas hoje pode não ser mais o objetivo principal das pessoas que aceitam participar do programa. E o marketing de influência explica isso. Os participantes não querem apenas sair com dinheiro, mas com uma comunidade. Ou seja, eles almejam ser digitalmente relevantes. A recompensa em dinheiro é importante, sim, mas a imagem construída pode dar resultados ainda melhores.

No caso do BBB, metade dos participantes são anônimos (Pipoca), e a outra são celebridades ou influenciadores (Camarote). E todos têm a oportunidade de alavancar suas carreiras por meio do marketing de influência. Mas como isso é feito?

A criação de conteúdo para a internet há muito deixou de ser somente um passatempo. Diversas pessoas alcançam grandes resultados simplesmente exercendo influência. Em outras palavras, os criadores de conteúdo se transformam, literalmente, em um “veículo de comunicação”.

O conteúdo humanizado – que nada mais é do que se colocar na perspectiva do seu cliente e usar as redes sociais como se você fosse o melhor amigo dele – diversas vezes é mais eficaz do que a propaganda tradicional. Os brasileiros são expostos a centenas de anúncios todos os dias é algo que chama atenção, mesmo que indiretamente, pode ser mais efetivo. Por isso, esse mercado é um sucesso.

O maior exemplo é da advogada, maquiadora e grande campeã do BBB 21, Juliette. Ela foi um verdadeiro fenômeno do reality show e conquistou uma legião de fãs nas redes sociais. Entrou com um pouco mais de 4 mil seguidores e saiu do programa com 24 milhões.

Sim, ela ganhou o prêmio em dinheiro, mas, apesar disso, soube aproveitar a influência que ganhou. Em uma entrevista para a apresentadora Tatá Werneck, no programa Lady Night, Juliette informou que já faturou mais de dez vezes o valor do prêmio, que na época, foi de R$1,5 milhão). E Juliette, nesses dois anos, continuou com a mesma relevância, ou até maior.

Mas nem todos os “ex-BBBs” conseguem conquistar isso. De 2020 em diante, a maioria dos participantes do reality saem do programa com seguidores na casa dos milhões. A visibilidade é inevitável. No entanto, isso não significa que eles já sejam pessoas influentes, mas que são muito conhecidas. Isso significa que ganhar milhões de seguidores não é suficiente para se tornar um influenciador digital.

Para isso, é preciso produzir conteúdo de qualidade e construir uma comunidade engajada e que possa ser influenciada. Mesmo com a necessidade deste esforço, sair da “casa mais vigiada do Brasil” com milhões de seguidores pode ser uma mina de ouro.

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