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AT&T compra Time-Warner. E daí?

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23 de outubro de 2016 - 7h58

A maior operadora de telefonia e internet dos EUA comprou o maior grupo de comunicação dos EUA. Meses atrás a Verizon, segunda maior operadora do mesmo setor comprou a AOL e anda agora atrás do Yahoo!.

O que isso significa?

Significa que o negócio de telefonia está num gargalo histórico em que sua oferta de valor, a telefonia em si, hoje prioritariamente wireless, tende a ser um negócio cada dia menos lucrativo e na bica de ser disrompido por outras plataformas de comunicação 100% web, como o What´s App e outros já existentes e que ainda virão. Telefonia e provimento de acesso à internet são cada dia mais comodities e seu valor agregado é hoje praticamente nenhum.

A saída é o conteúdo. Pipelines, suportes, canais de transmissão precisam hoje encher seu tráfego com ofertas de valor efetivamente diferenciadas e atraentes aos seus usuários e consumidores, muito além de combos e preços baratinhos. Até porque isso tem limite, não é um business infinitamente elástico. Promoções e ofertas e descontos e etc., tendem a levar a rentabilidade das grandes operadoras a um desastrado zero.

No Brasil, as maiores operadoras do País, Telefonica/Vivo, Claro, Tim e Oi entraram já no mercado de conteúdo, mas muito timidamente.  Apostam ainda prioritariamente nos pacotões, mas isso terá fim em algum momento não muito distante no tempo.

Parece lógico um movimento no mercado brasileiro de telefonia e internet parecido com o que ocorre nos EUA e essas empresas começarem a cogitar a associação com grupos de conteúdo como Abril, Estadão, Folha, Bandeirantes e tantos outros, que também enfrentam sua própria dose de desafios particulares. Fez sentido lá, faria sentido aqui.

Dos empresários do setor, aquele que melhor parecia saber muito bem que esse negócio estava em um momento de turning point era Amos Genish, ex-Telefonica, mas aparentes enroscos em sua vida pessoal parecem ter traçado um futuro longe do destino de transformador da indústria que lhe parecia desenhado. Foi-se.

Não há saída para o setor de telefonia e provimento de internet que não seja o conteúdo.

O Google era apenas um buscador. Tornou-se distribuidor de conteúdo. O Facebook era apenas uma rede social. Tornou-se distribuidor de conteúdo. Netflix era um distribuidor de streaming, tornou-se produtor de conteúdo.

Percebe?

 

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