4 de março de 2022 - 6h00
Tá certo que se trata de comunicação não-verbal (ainda), mas é uma habilidade que computadores ainda não tem, a capacidade cognitiva nativa. A tecnologia não depende de uma câmera para monitorar o que alguém faz. Ele usa a tecnologia dos radares.
A tecnologia é controlada pelo aceno de uma mão ou o giro de uma cabeça. Gestuais que fazemos cotidianamente diante de uma máquina. A inspiração veio de como as pessoas interagem umas com as outras.
A divisão de Produtos e Tecnologia Avançada do Google (ATAP) dotou o sistema de machine learning avançado para contribuir nas descobertas do que nossos gestos podem revelar, quais nossas intenções e expectativas. E depois reagir adequadamente.
Eles chamam isso de “inteligência social”. É um bom nome. Eu acho. O objetivo é que os computadores interajam conosco sem serem intrusivos. Uma regra de boas maneiras de convívio social.
Quem faz a mágica é um sensor chamado Soli, que o Google já usou em outros produtos. Em vez de usar o sensor para controlar um computador, a ATAP está usando os dados do sensor para permitir que os computadores reconheçam os movimentos humanos.
Trata-se de entender a linguagem corporal sutil. Por exemplo, um vídeo parará de ser reproduzido quando a pessoa que o estiver assistindo se afastar da tela e será retomado quando a pessoa retornar ao alcance de visualização, diz o material de divulgação da engenhoca.
A revista Wired fez materinha sobre isso e descobriu que o Soli foi inventado em 2015. E que já o utilizou no seu celular experimental Pixel 4, dando ao telefone a capacidade de usar gestos de mão para adiar alarmes ou pausar músicas sem precisar tocá-lo fisicamente.
Os sensores de radar também foram incorporados ao monitor inteligente Nest Hub de segunda geração para detectar padrões de movimento e respiração de alguém dormindo ao lado dele. O dispositivo pode rastrear o sono da pessoa sem um smartwatch.
Se a tecnologia se consolidar, em breve estaremos sendo vigiados por radares nos nossos computadores. Me incomoda um pouco. Mas é um inegável avanço.