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O que é o Yahoo!, você sabe? Oooolhaa …..
O buscador pioneiro da história da internet se transformou ao longo dos anos numa plataforma de dados integrada com vídeo e mobile, tudo regio por programática. Uma mudança e tanto.
O buscador pioneiro da história da internet se transformou ao longo dos anos numa plataforma de dados integrada com vídeo e mobile, tudo regio por programática. Uma mudança e tanto.
Pyr Marcondes
16 de janeiro de 2017 - 6h59
Pois vou deixar você saber. Motivado por algumas razões.
Primeiro, porque imagino que mesmo você sabendo bem o que ele é, talvez tenha perdido algum detalhe.
Depois, é possível que muita gente não saiba tudo o que deveria saber.
E depois ainda, porque é importante registrar a evolução do portal de busca pioneiro da História, uma empresa que se transformou de forma profunda ao longo dos anos como poucas, com grande aceleração nos últimos 5, sob o comando da bela e competente Marissa Mayer.
Sintetizando, hoje o Yahoo! é uma empresa com foco e base em sua operação de dados. Uma plataforma com uma poderosa estrutura de distribuição de mídia e conteúdo mobile. Tudo orientado a programática.
“Estamos prontos para fazer toda a gestão de mídia online dos nossos clientes, em conjunto com as agências, do planning a execução e entrega, com todos os analytics e métricas comprovadas necessárias”, assegura André Izay, Diretor Geral do Yahoo! Brazil.
Esse não é exatamente o Yahoo! de mais de 20 anos atrás, cuja receita vinha 100% de mídia display. Para se transformar nesse híbrido de portal de busca e conteúdo, uma plataforma de dados, uma operação de mobile marketing cross devide, uma DSP de vídeo e mobile, um marketplace de native advertising, e ainda ser dono do Tumblr e de 15% do Alibaba, a empresa comprou mais de 50 outras companhias. Fez também uma transformação organizacional e operacional de alta complexidade. Tudo isso com um nome: MAVENS.
O que é MAVENS
MAVENS é uma estratégia já bastante conhecida do mercado norte-americano, mas talvez não tão conhecida assim no Brasil. Aliás, nos EUA, sempre bom registrar, o Yahoo! é ainda um importante player de mídia online, líder em vários verticais. Enfim, MAVENS foi criação da Marissa e é um acrônimo que reúne as operações principais da companhia, a saber Mobile+Vídeo+Native+Social. Parte relevante hoje da receita da companhia vem daí, algo inexistente em 2012, quando a moça chegou por lá. Algo como US$ 1,6 bilhões.
Mas e a letra “A”? Bom, é para Audience, mas deveria ser para “Aquisitions”. Foram mais de 50 nesse período e algumas se destacam, como o líder em mobile apps do mundo, Flurry (mais de 850 mil apps), e uma das maiores plataformas de programática internacional, a BrightRoll. Essas duas são hoje pilares de parte importante desse novo Yahoo! São elas que dão a sustentação para o maior marketplace de native advertising do mundo, o Gemini.
No primeiro ano de gestão de Marissa, a companhia saltou de 50 para 1000 engenheiros contratados. As plataformas tecnológicas antes dispersas foram integradas mundialmente.
Essa cama de infra-estrutrura suporta todos os dados que as várias áreas de operação da empresa geram e administram, permitindo saber quem é quem em qualquer ponta de interação. Esses dados provêm da união dos dados proprietários do sistema de buscas da companhia (exclusivos obviamente do Yahoo!) + dados de todas as empresas adquiridas + dados do Yahoo! mail + dados de 65 parceiros de data + somando aí ainda os dados dos anunciantes que se integram no sistema. Tudo faz match com tudo e tudo é cross device.
Pode-se imaginar o que um conjunto assim pode fazer para as campanhas que rodam na plataforma, mas como um exemplo, essa nova visão de dados permite que em vez de se vender, por exemplo, vídeo como um canal de mídia isolado, vende-se milhões de videoviews integrados com toda essa capacidade de matching.
Programática rege essa lógica.
E para medir tudo, Yahoo! optou por alinhar-se a institutos independentes como Moat, Nielsen e Kantar.
Para finalizar, Yzay adianta que a iminente aquisição da companhia pela Verizon, que é proprietária da AOL, com a qual o Yahoo! tem alguma superposição, não deverá ter grandes impactos no Brasil, onde a AOL tem ainda presença em fase de consolidação.
O primeiro buscador do mundo tornou-se assim numa empresa mega-complexa e diversificada para atender as demandas igualmente mega-complexas e diversificadas dos mercados contemporâneos.
Yahoo! já valeu historicamente muito mais do que vale hoje, mas as transformações feitas, se não fossem feitas por Marissa, deveriam em alguma medida ter sido feitas por alguém. Logo após a entrada de Marissa, a companhia viveu uma ascensão de market cap para, no último ano, perder um pouco o fôlego (ainda assim, Marissa entrega a companhia valendo mais do que quando pegou).
Acoplada a uma operadora de telefonia como Verizon e associada a uma super-operação de conteúdo como é AOL, é bem possível que tenhamos um big player de mercado para encarar os demais big players, numa briga que é, sem dúvida, de cachorro muito grande.
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