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PWC mostra que uma convergência monstro vai transformar radicalmente nossa indústria. Demorô.

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PWC mostra que uma convergência monstro vai transformar radicalmente nossa indústria. Demorô.

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Blog do Pyr

PWC mostra que uma convergência monstro vai transformar radicalmente nossa indústria. Demorô.

Estudo comprova o que temos escrito já há algum tempo sobre a desconstrução não só da nossa indústria, mas de várias outras, todas juntas recompondo os players, as tecnologias e os modelos num novo quebra-cabeças global de convergência gigante. Para a PWC, isso vai ser bom e sairemos mais fortes do lado de lá. Que assim seja.


25 de julho de 2018 - 12h55

Há cerca de 2 anos, publiquei alguns textos subsequentes dando conta de que está em curso um desmanche entre vários silos da nossa cadeia de valor, resultando num cross-boarder geral, em que fabricantes de sabonete viram publishers, companhias telefônicas se transformam em empresas de entretenimento e mídia, empresas de mídia se tornam empresas de tecnologia, empresas de tecnologia se tornam consultorias de negócios, e, além de tudo isso, conceitos como Televisão, internet, mobile, etc., vão desaparecer, surgindo sobre seus escombros uma miscigenação vira-lata em que não há mais nada disso, apenas gente consumindo coisas em ambientes e canais múltiplos, sem barreira nem física, nem de tempo, entre eles.

Bom, escrevi bastante sobre isso só que no meu jeitinho estúpido e instintivo de ser.

Finalmente, alguém bem mais sério, competente e estruturado do que eu, neste caso a PWC, resolveu falar sobre esse mesmo fenômeno da zona total, de forma conceitualmente bem mais elaborada.

O foco deles é a indústria do entretenimento e da mídia, mas eles passeiam por vários outros ramos de atividade da nossa indústria e de indústrias que hoje achamos que são apenas correlatas, mas que vão virar todas uma coisa só.

A PWC chama esse fenômeno, de resto visível a olho nú para onde olharmos a nossa volta, de Convergência. Eu não gosto do termo, não porque ele não represente o que está acontecendo, mas porque, como a própria PWC reconhece já na abertura do estudo, ele se desgastou e perdeu significado, representando um monte de coisas e não representando nada. Eu acho.

Mas é o termo e conceito deles, vamos respeitar.

À partir de uma percepção – e isso me enche de orgulho – escarradamente parecida com a minha de anos atrás, eles chegaram ao estudo que você pode baixar em PDF e ler na íntegra aqui.

Ocorre que como sei que todo mundo se dá a (mentirosa) desculpa da falta de tempo para ler estudos mais densos e longos, resolvi facilitar sua vida dando pra você um resumão abaixo dos principais pontos. Aqui e ali com algum comentário meu, que eu não aguento a tentação, né?

Então vamos lá.

A abertura do estudo diz basicamente o que acabei de dizer sobre o conceito de convergência, e já mistura tudo logo de cara.

Convergence is all the rage again across entertainment and media (E&M), technology and telecommunications. The thick borders that once separated these industries – and sectors within them – are dissolving. Large access providers and platform companies are integrating vertically, while established giants are integrating horizontally. Companies that once offered only technology and distribution are moving into content. The distinctions between print and digital, video games and sports, wireless and fixed Internet access, pay-TV and over-thetop (OTT), social and traditional media are blurring.

No proximo parágrafo, a PWC fala duas coisas beeeem importantes. A primeira é que há uma tendência de desintermiediação nessa ind´sutria, com as empresas indo direto falar e vender para o consumidor final. Mídia, como todos sabemos, é algo que fica no meio, um canal. Pois são esses canais, a mídia, que está sendo desintermediada (gulp!). A outra coisa é que ao contrário do que se tem dito por aí, essa transformação não vai acabar com essa indústria. Vai transformá-la, é certo, mas vai torná-la mais e mais forte ainda.

Although they all had different starting points, many companies in this converged entertainment ecosystem are now aiming at business models that revolve around direct-to-consumer relationships. The transformation unfolding before our eyes is enabling this vast global industry to keep growing at a pace close to its historical rate – even amid significant disruption

Abaixo um parágrafo que aborda um tema que já canseeeei de falar a respeito, que é das telcos virando publishers, mas também das empresas de mídia e de tecnologia cada vez mais preocupadas em estarem próximas da experiência do consumidor. Sem intermediações.

As the Global E&M Outlook highlights, the biggest technology and telecommunications firms are now acquiring and integrating E&M assets at a faster pace and a larger scale than ever before. According to PwC’s TMT Deals Insights, the number of media and telecom deals rose 29% in 2017, to 876. But we are seeing participants of all sizes, and in all geographies, engage in strategic efforts that in prior eras would have been classified as vertical integration, horizontal integration or diversification. The reason is that media, technology and telecommunications enterprises now view it as an imperative to own the user experience. What’s more, technology and telecom players are keenly aware that content has the potential to be a high-engagement, high-frequency, high-usage application that keeps users across all demographics and devices engaged and enables the provider to build relationships with them

Abaixo algo bem impactante, que é o caminho inexorável a uma consolidação monstro de tudo que é negócio a nossa volta. E o consequente surgimento de mega-blasters players.

As convergence plays out, the question arises: what will the entertainment and media ecosystem look like in the future? The forces driving convergence will likely lead to the emergence of supercompetitors. This handful of global players that converge towards similar business models will unite content, commerce, advertising, communications and deep financial resources under a single corporate roof. Each will be looking to secure exclusive control of every aspect of its own customer relationships, consumption and activity.

Esse gráfico de pizza abaixo não faz parte do estudo da Price, mas cabe aqui como um elemento ilustrativo do que se está falando aqui.

Nele vemos (se você não estiver vendo direito o gráfico, clique aqui e veja no post original de onde tirei) as 5 companhias que dominam o grupos das 500 da S&P. Primeiro que são só 5 mega-blasters players. No caso, as que estamos cansados de conhecer: Apple, Google (Alphabet), Facebook, Microsoft e Amazon. As demais, meus caríssimos leitores, sabe o que vai tendencialmente acontecer com elas? Serem engolidas. Não sei se todas, mas ou vão desaparecer ou serão incorporadas pelos novos monstros corporativos que estamos assistindo nascer.

 

 

No parágrafo abaixo, a PWC fala sobre um aparente paradoxo: os volumes de negócio do setor continuam crescendo, mas muitas empresas estão vivendo momentos voláteis em seus negócios. Isso é o efeito colateral da concentração. A indústria cresce, mas só no bolso de alguns poucos players.

 

A deep dive into the data reveals something of a disjunction. On the one hand, the overall volume of E&M spending continues to rise at a steady, reliable clip along with economic growth, placing the industry in the same bucket as consumer products and similar sectors. On the other hand, underneath the seemingly placid top line, an immense amount of churn is taking place, with different subsectors and geographies on sharply different – and occasionally volatile – trajectories. All this contributes to players’ sense of an urgent need to rethink and reengineer their business models. At every point in the value chain, in every country, companies are having to reconsider precisely how and where they generate revenues and what role they play in the E&M ecosystem.

Abaixo eles falam da história da tendência do direct to consumer.

Large segments of the consumer marketing world are now choosing direct-to-consumer business models and building brand-direct marketing, e-commerce and media capabilities, creating a significant ripple effect on media and advertising. Digital-first boutique brands that don’t rely on physical retail or on mass advertising have been making headway, including Dollar Shave Club (razors), Casper (mattresses), Warby Parker (eyewear), Away Travel (travel), Birchbox (beauty), Everlane (apparel) and the Honest Company (household products). They largely eschew advertising on television, radio, newspapers and digital publications in favour of content experiences designed for social media, e-commerce and their own branded assets. Amazon, with its Prime shopping platform, has emerged as a locus for advertising. JPMorgan Chase estimated that Amazon’s ad revenues were US$4.5bn in 2017

Aí depois eles concluem com as tecnologias que eles apostam que vão ditar o futuro, com perdão da arrogância aqui dona PWC, mas nada do que não conheçamos já há algum tempo: Internet das Coisas, Realidade Aumentada, Drones, por aí vai. Também se o gráfico não estiver muuto visível, vai lá no original do estudo que dá pra ver direitinho.

 

Resumo da ópera: a tal convergência quebrará empresas (literalmente), barreiras entre plataformas de produção e distribuição, modelos de negócios e disso tudo vai sair uma indústria completamente transformada, mas apostando no princípio otimista da Price, muito mais forte.

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