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1 de fevereiro de 2018 - 6h55
Por Ariane Maia (*)
Quando falamos em marketing, não devemos separá-lo da tecnologia. Hoje, o profissional da área lida com a pressão por resultados e rendimentos, justificativas de investimentos e retorno positivo – precisando ser mais sistemático e menos empírico. E para se ter uma visão mais objetiva e estratégica do marketing como um todo, o planejamento é um processo essencial e planejar está diretamente ligado ao poder de analisar fatos e movimentos passados para identificar tendências e caminhos para o futuro, portanto, ter uma visão que se empodere de tecnologia para agregar conhecimento ao marketing é vital e isso é viabilizado por Martech.
Assim, existem alguns pontos para embasar a jornada para aproveitar a tecnologia e agregar conhecimento das ferramentas e soluções que a empresa já tem disponível, viabilizando a construção do pensamento estratégico sólido e evolutivo:
Não sair do zero, olhe para trás! Buscar o conhecimento é importante na largada. Um bom plano se inicia com a análise do ano que passou, quais foram os aprendizados, as iniciativas que deram certo, números que não fecharam, as receitas que cresceram, ferramentas utilizadas efetivamente, o que foi útil ou não no dia a dia. Entre uma análise e outra, podemos observar se as metas foram atingidas, os objetivos alcançados e o que precisa ser valorizado para o próximo ano, além do foco nos pontos que requerem atenção.
Crie um organismo vivo. Um planejamento precisa ser mutável desde o início da sua concepção, pois um plano engessado pode limitar o trabalho e a criatividade de um ano inteiro. É interessante ter a capacidade de, durante o jogo, verificar as ações que estão dando certo e modificar o que não vingou, tendo esse olhar desde os primeiros traçados de ideias. Para isso, é importante determinar indicadores que sinalizem se está na rota certa ou precisa de ajustes.
Estabeleça um orçamento com a visão clara dos custos das atividades do marketing, assegurando os recursos necessários para as soluções tecnológicas e humanas. Não esqueça de destinar investimentos ao imprevisto, todo ano novas soluções são lançadas ou planos precisam ser mudados.
Conheça o seu público-alvo, leia o que ele lê, esteja onde ele está, escute e observe. Reúna o máximo de informações de todas as fontes que conseguir: Google Analytics, CRMs, Vendas, compra de mídia, dados de mercados, redes sociais, todo que achar que pode ser relevante para trazer conhecimento e entender tendências ou pontos de atenção. Inclua no planejamento além dos pontos estratégicos, a tática de como atingi-los, preveja o investimento em soluções tecnológicas. Dedique forças para analisar os dados captados, e não somente coletá-los. Pare de acumular dados, passe a usá-los!
É necessário olhar a concorrência e fazer um benchmark estratégico. No entanto, estudar os concorrentes não significa copiar as suas ações, a fórmula não será a mesma e, o que funciona para um, não necessariamente funcionará para o outro. Muitas vezes, o marketing adota uma nova ferramenta tecnológica apenas por saber que outras empresas do mercado estão utilizando e não pensa na estratégia de utilização da mesma, para valer o investimento.
Entender que o boca a boca é a melhor propaganda do seu negócio. E nos dias de hoje, as redes sociais fazem esse papel, principalmente com o mobile. Segundo a pesquisa Media Trends 2017, realizada pela RockContent, 92,1% das empresas já estão nas redes sociais, 77,4% delas com a intenção de divulgar suas marcas e 63,2% com o foco em engajar sua audiência. Contudo, é preciso investimento.
Produzir conteúdo com contexto para atrair o consumidor, gerar engajamento ou links qualificados, conforme a estratégia traçada e a necessidade do negócio. Um planejamento de marketing precisa destinar esforços para elaboração de conteúdo interessante, humanizado, pensando na persona que se quer atingir. Mas também otimizado para ganhar popularidade nas redes sociais e Google, arquitetando e monitorando os resultados do que será publicado/postado.
Investir em novas tecnologia. Os robôs são realidade e a inteligência artificial está longe de só aparecer nos filmes. São tantas as soluções emergentes, algumas mais estabelecidas e com aceitação real, outras que geram dúvidas e incertezas. Os robôs já estão presentes nas mais diversas formas, as pessoas já se comunicam com os robôs e, muitas vezes, nem percebem. O que não podemos deixar passar em nossos planejamentos é a utilização de inteligência artificial, seja no atendimento aos clientes, no monitoramento de mídias sociais, no diagnóstico das nossas personas e na reunião e análise de dados.
Pesquise Martech, busque o que tem de novo no mercado, tecnologias que possam potencializar o trabalho do marketing. Essa união possibilitou a soma de importantes habilidades e técnicas, como a criatividade, o olhar humanizado, a habilidade em programação, gestão de dados, geração e análise de resultados. Um planejamento estratégico precisa contemplar esta união e traçar metas e objetivos, já pensados com a utilização de todos os recursos (humanos e automatizados). Não existe uma fórmula de bolo, existe muita análise, monitoramento e projeções.
(*) Ariane Maia, diretora executiva da A² BI, é uma empresa que auxilia na estruturação do pensamento estratégico orientado por dados e acompanha todo o processo para viabilizar, desde a escolha de ferramentas tecnológicas até a análise.