21 de janeiro de 2015 - 11h30
POR GUILHERME ARRUDA, diretor de negócios para tecnologia do Google Brasil
Diferentemente de 2014, quando a maioria das novidades ficou em torno dos wearables e TVs 4K, este ano quem ganhou o maior destaque na CES foi o conceito de “internet of things”. A maior feira de tecnologia do mundo, que levou mais de 170 mil pessoas a Las Vegas nos primeiros dias de 2015, apresentou também impressoras 3D, TVs ultra HD, ultra finas e com imagens 8K, sistemas avançados de segurança, inovações na área de saúde e fitness, carros inteligentes e robôs cada vez mais desenvolvidos e de diversas formas e tamanhos. Os famosos drones dominaram um grande espaço: fabricantes faziam demos ao vivo para mostrar como eles estão mais inteligentes, mais velozes e como prometem avanços para várias indústrias como a de fotografia e vídeo, por exemplo.
Apesar de alguns produtos ainda serem apenas protótipos ou distantes do nosso dia a dia, este ano ficou claro o quão rápido essas novas tecnologias já estão se aproximando. Mas quando olhamos para todos esses avanços tecnológicos do ponto de vista de negócios, estamos falando muito mais sobre mudanças no comportamento do consumidor do que simplesmente de novos gadgets. Cada vez mais, a tecnologia afeta positivamente o dia a dia das pessoas e possibilita uma melhor comunicação, dando acesso às informações de uma forma muito mais rápida e inteligente, gerando mais segurança por meio de novos sistemas de monitoramento, permitindo fazer compras de uma maneira muito menos trabalhosa e, por fim, dando acesso para a concretização de desejos realmente personalizados.
São mais e mais devices conectados. Mas, sem dúvida, o que está mais presente e no centro da atenção de todos ainda é o smartphone. Ele é o nosso principal assistente pessoal, que realmente organiza todas as nossas informações e nos ajuda 24 horas por dia. Cada vez mais smart, ele consegue mapear os nossos hábitos e nos sugerir os melhores caminhos, as melhores opções de entretenimento, serviço, lazer, onde quer que a gente esteja.
O principal insight aqui é que o consumidor está definitivamente com expectativas cada vez mais altas para conseguir exatamente o que ele quer, da forma mais rápida, com o menor custo, maior segurança e com o maior conforto possível. O grande desafio para as marcas é realmente estar presente em pelo menos alguns dos micro-momentos da rotina desse novo consumidor que está sempre conectado. É entender cada vez mais sobre o perfil de cada um e ser o mais relevante possível para conseguir oferecer alguma utilidade ou entretenimento no momento mais adequado.
Para conseguir isso a fórmula é cada vez mais complexa. A gestão dos dados mais estratégicos por meio da tecnologia da informação é peça-chave para as empresas sobreviverem no futuro. O resultado final é realmente transformar tais dados em insights poderosos para prover entregas customizadas.
A reflexão que fica aqui para este começo de ano é: será que conhecemos suficientemente bem os nossos consumidores para conseguir antecipar esses momentos? Nossos negócios estão preparados para acompanhar todos esses avanços?