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18 de maio de 2018 - 15h42
O mundo está mais rápido como parece ser a percepção geral ou é somente um sentimento de ansiedade com relação às transformações pelas quais está passando? Como as pessoas estão se relacionando com a velocidade atual? Como percebem o estágio das empresas? E qual a visão dos empresários? Esses foram os principais pontos que a Officina Sophia Minds & Hearts, empresa pertencente à HSR Specialist Researchers, quis entender sobre a velocidade da transformação decorrente do uso das novas tecnologias.
A pesquisa nacional, que ouviu 2.650 pessoas, entre 18 e 55 anos, foi apresentada durante o evento .Futuro|Rio, que teve início dia 17 de maio e se encerrou na sexta-feira, 18. Os empresários, de maneira geral (90% dos entrevistados), consideram que suas empresas estão na média ou abaixo dela, no atendimento das demandas por agilidade decorrentes do mundo atual. Em contrapartida, 60% da “população comum” sente que faz as coisas mais rapidamente e melhor do que cinco anos antes. Mas um ponto é comum, independentemente do analisado (população ou empresário), o mundo está mudando rápido demais e causa ansiedade. Dos entrevistados, 68% afirmaram que se consideram uma pessoa ansiosa e impaciente, 71 % entendem que a pressa e a ansiedade prejudicam a criatividade.
A relação com o tempo também está mudando e isso contribui para elevar o nível de ansiedade: “Quero sempre respostas rápidas e imediatas para e-mails e redes sociais”; “Esperar 15 segundos hoje parece uma eternidade”; e “Tenho cada vez menos paciência para ler textos longos”. “Tempos ansiosos e mais velocidade fazem com que se desenvolvam limites cada vez menores”, explica Naira Maneo, sócia-diretora da Minds & Hearts, responsável pela pesquisa.
População X Empresários – É inegável um lado totalmente positivo apurado pela pesquisa: no fundo, estamos todos nos sentindo beneficiados e nos transformando com os tempos atuais. Das pessoas ouvidas, 69% sentem-se bem, fazendo várias coisas ao mesmo tempo; 68% consideram que a era da tecnologia e da informação deixou as pessoas mais ágeis, mais fluidas, mais espertas, mais interessantes; e 68% acreditam que quanto mais veloz o mundo está, mais as pessoas estão se tornando criativas e inovadoras. Ou seja, a grande maioria da sociedade entende que a velocidade da transformação propulsionada pela tecnologia é positiva.
Dos pesquisados, 90% acham que as empresas estão mais inovadoras, muito mais do que há cinco anos. Mas ainda menos do que o esperado (52%), produtos e serviços estão ficando antigos rapidamente.
Foram ouvidos também 113 empresários de diversos setores e portes, presidentes, CEOs, vice-presidentes e diretores, e estes, como indivíduos, também concordam que tudo está muito mais veloz e, assim como população geral, embora estejam também bastante ansiosos, estão confortáveis com a multiplicidade de atividades. Por outro lado, enquanto Empresários, não acreditam com tanta intensidade como a população geral, que a velocidade das mudanças tem deixado as pessoas mais criativas e mais inovadoras. E quando questionados se sua empresa vem acompanhando as demandas por velocidade, 90% declaram que a empresa está na media ou abaixo da media de mercado 52% na media e 38% abaixo da media
Este cenário aponta para três grandes desafios:
- Novos modelos de negócios e lideranças – Caminhar para modelos de negócios mais flexíveis, novos modelos de gestão, mais orgânicos, mais ágeis, mais colaborativos, com profissionais diferenciados, revisão de cultura interna, gestores com visão interna apurada, e introdução/abertura de canais para captação de insights de colaboradores, consumidores e mercado.
- Comunicação com usuários e consumidores – Adoção de uma linguagem mais objetiva, mais clara, mais assertiva e que considera a “percepção interior de velocidade/tempo interno” dos indivíduos; entender em maior profundidade, como a velocidade afeta o mecanismo de atenção das pessoas, e quais as ferramentas e ações necessárias para se destacar na infinidade de informações e estímulos atuais.
- Relacionamento com consumidores – Visão mais realista e menos “subestimada” dos indivíduos consumidores. Pratica efetiva de agilidade em todos canais de relacionamento com cliente.
“As pessoas estão mais preparadas para a mudança e inovação do que se imagina. Um grande obstáculo é a empresa não acreditar nisso, e não se preparar para acompanhar essas demandas por mudança e inovação (nas empresas/internas e no mercado/externas), que já fazem parte do nosso dia a dia”, conclui a diretora da Officina Sophia Minds & Hearts.