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Os avanços econômicos proporcionados pelos blockchains

Entre eles, a volta da competição em mercados antes extremamente concentrados, realinhamento dos direitos de propriedade digital, surgimento de novos produtos e serviços e a criação de plataformas sem o seu maior custo atual — o poder de mercado.


21 de fevereiro de 2019 - 6h54

 

Por Tatiana Revoredo

Quando há um desnível muito grande entre informações que vendedores e compradores detém sobre determinada transação, ela não acontece; ou acontece de maneira negativa, desestimulando que outras transações semelhantes ocorram.

Pense na situação em que, ao adquirir um produto ou serviço, você pagou um preço muito acima do normalmente praticado no mercado. Ou ainda, não obteve informações sobre o serviço contratado e acabou levando “gato por lebre”.

Dificilmente você voltará a comprar na mesma loja ou a contratar o mesmo profissional, pois quanto maior o nível de “assimetria das informações” entre compradores e vendedores menos eficientes são os mercados. Mais custos são exigidos para que se realize uma transação.

Para que determinado mercado prospere, compradores e vendedores precisam confiar nas informações disponíveis para decidir se, como e quando realizarão uma transação. É aqui que a conversa sobre blockchain fica interessante…

Blockchains reduzem a assimetria das informações entre compradores e vendedores, favorecendo que negócios benéficos aconteçam.

Como as infraestruturas blockchain reduzem custos de uma transação, podem tornar os mercados mais seguros e eficientes, além de expandir os tipos de transações que estamos dispostos a participar. Mas o que compreenderiam estes custos?

Blockchains podem aumentar eficiência dos mercados ao reduzir “custos da verificação” e o “custo da rede”.

Custos de verificação compreendem todos os gastos necessários para verificar de forma barata os atributos de uma transação específica, sem incorrer em custos adicionais ou realizar uma “auditoria extra e cara”.

Todo blockchain é importante por reduzir “custos de verificação”. Mas… modelos de negócios apenas baseados em processamento de transações não serão sustentáveis no longo prazo.

Blockchains são realmente revolucionários por reduzirem “custos de rede”  – todos gastos de mão-de-obra e capital necessários para garantir que transações em uma infraestrutura tradicional aconteçam.

Como efeitos de rede, as atuais plataformas digitais detêm um alto grau de poder de mercado.

Os “big giants da internet” – um pequeno número de participantes no mercado – detém uma enorme quantidade de informações sobre nossas vidas digitais, e usam esses dados acumulados de todos nós para cobrar preços mais altos — não dos consumidores que se utilizam de seus produtos “gratuitamente”  —  de mercados adjacentes (publicidade, por exemplo).

Como se vê, além de risco de privacidade de expor grandes segmentos de nossas vidas digitais a um pequeno número de participantes, a concentração de dados causada pelos efeitos de rede tem implicações diretas e profundas para a concorrência.

Ao possibilitar a realização de transações entre indivíduos e empresas sem atribuir poder de mercado a um intermediário central, as plataformas digitais construídas em cima de blockchains podem transformar os mercados concentrados em mercados substancialmente mais competitivos.

O que também pode reduzir as barreiras à entrada de startups e levar ao surgimento de novos produtos e serviços.

É comum defensores dos blockchains privados apontarem o desnível dos blockchains públicos com as estruturas regulatórias existente, a dificuldade de monitorá-los e controlá-los, bem como o lento processamento das transações – se comparados com a velocidade dos blockchains permissionados –, a falta de flexibilidade e, finalmente, os prejuízos ao planeta devido ao alto consumo de energia.

São inúmeras as notícias que descrevem as críticas apontadas acima. O que ninguém questiona é… no que blockchains privados deixam a desejar se comparados com blockchains públicos?

Blockchains privados não potencializam o “custo da rede”.

Somente Blockchains públicosnão permissionadoscombinados com um token nativo – design de incentivo – podem ser usados para iniciar uma plataforma digital sem a necessidade de um intermediário central

Impulsionadas apenas pelos “design de incentivo” incorporados em seu protocolo, as plataformas “públicas” desfrutam dos benefícios de uma infraestrutura sem o principal custo normalmente existente  – o poder de mercado.

Ao reduzir o custo da rede, os blockchains públicos também possibilitam uma definição refinada dos direitos de propriedade digital, incluindo direitos sobre os dados subjacentes.

Considerando o contexto visto até aqui, novos modelos de negócios estão nascendo com transformações extremamente benéficas à sociedade: a volta da competição em mercados antes extremamente concentrados, um realinhamento dos direitos de propriedade digital, o surgimento de novos produtos e serviços, a criação de plataformas sem o seu maior custo atual — o poder de mercado.

Eis os avanços econômicos proporcionados por blockchains e seus design de incentivo trarão de volta a competição em mercados antes extremamente concentrados.

(*) Tatiana Revoredo é co-founder da Global Strategy

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