Acordo entre Omnicom e Instagram sinaliza futuro da publicidade digital

17 de março de 2014 - 3h09

Firmado no início deste mês, o acordo de US$ 40 milhões entre o Instagram e o Grupo Omnicom reaviva a aposta na importância da mídia social e do mobile para o marketing.

A rede social de fotos, comprada por Mark Zuckerberg a US$ 1 bilhão, está caminhando para se tornar um veículo de publicidade. A decisão foi tomada depois de o Instagram insistir em deter o controle criativo de suas parcerias de publicidade, permitindo que só marcas aprovadas por eles anunciem na plataforma mobile.

Em resumo, a parceria é prova de que a indústria quer investir em uma abordagem mais visual e nativa na publicidade. Grandes veículos como Time, Fox News e NBC News estão redesenhando seus sites com foco em imagens. A crescente adoção do mobile impulsionou essa mudança e hoje, os consumidores preferem consumir conteúdo com muitas imagens.

O Instagram pode exibir um conteúdo compartilhável de uma maneira bastante atraente. Cerca de 55 milhões de fotos são postadas na plataforma diariamente e geram 1,2 bilhões de likes a cada dia. Para os anunciantes, essa é uma oportunidade para veicular conteúdo de qualidade em um espaço no qual o nível de engajamento é alto.
Além disso, o conteúdo visto no Instagram pode ser aplicado para o resto da web, o que é um ganho para marcas, publishers e consumidores.

Claro que as marcas enfrentarão desafios, pois uma mesma imagem pode não funcionar para o desktop e para o smartphone. Outro impasse é que para algumas empresas o Instagram pode não ser tão eficiente, já que a audiência se mostra bastante segmentada. Mais de 90% das 150 milhões de pessoas têm menos de 35 anos e a grande maioria é mulher. Mais de 60% dos usuários ativos mensais mora fora dos Estados Unidos.

Tanto a Omnicom quanto o Instagram devem ter cautela com a quantidade de anúncios veiculados. Num site baseado no compartilhamento de fotos e sem contexto editorial firmado, será um desafio inserir anúncios que se encaixam no contexto do feed do usuário e que sejam relevantes. 

Com informações do AdWeek