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Anunciantes devem se arriscar com robôs e drones, defendem criativos
Ricardo Figueira, da Africa, e Sergio Mugnaini, da DPZ&T, falaram sobre a aliança entre a indústria tecnológica e publicitária a favor da criatividade
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Karina Balan Julio
9 de maio de 2017 - 15h39
A crença de que os robôs, inteligência artificial e drones estão muito distantes da realidade da criação, é um dos enganos mais comuns na indústria criativa. Em painel sobre robôs, drones e realidade virtual, durante o ProXXIma 2017, os criativos Ricardo Filgueira, da Africa, e Sérgio Mugnaini, da DPZ&T, defenderam a união de esforços criativos e tecnológicos a favor de novas narrativas. Para Sérgio, a falta de know-how não é necessariamente prejudicial ao uso dessas tecnologias, já que o olhar publicitário serve como uma perspectiva complementar ao olhar técnico, fornecido pelas empresas de tecnologia.
Ricardo, que trabalhou durante muitos anos na Inglaterra, relembrou um case da seguradora britânica Direct Line, cliente para o qual qual criou um projeto com drones. Através de um aplicativo, consumidores poderiam pedir drones para substituir a iluminação pública nas ruas. “Isso ajudou a reconstruir uma marca muito tradicional, resolvendo um problema antes que ele ocorresse. E estas tecnologias ajudam a materializar um sonho e fazer com que uma marca seja relevante e sexy. As pessoas perguntam muito sobre o futuro da profissão, mas esse é o momento mais fascinante para os publicitários se reinventarem”, disse o criativo.
Para ele, é preciso aproveitar a “ignorância técnica” da publicidade, deixar a imaginação solta e então procurar profissionais que entendam os pormenores técnicos da aplicação dos drones e robôs. O fato de que muitos drones e robôs operam com sistema operacional Linux (de código aberto e essencialmente colaborativa), faz com que a tecnologia se desenvolva em ritmo exponencial, representando infinitas possibilidades para a indústria.
“Ou você foca em transformar seu business de forma séria, ou trabalha para mudar apenas o dia seguinte de sua marca, e tudo o que está no meio é nebuloso. Como diretor criativo, é importante está conectado com as duas pontas. O uso da tecnologia está muito menos em função da tecnologia como metodologia de trabalho, e mais em função do que se pode fazer com um olhar curioso e das pessoas que coloca no time”, disse Ricardo.
O desafio para o entendimento entre os dois setores, de acordo com os palestrantes, está em aproximar a linguagem do marketing da linguagem tecnológica, já que a semântica pode gerar muita confusão e ruído. Para os anunciantes, a dica é começar aos poucos, com bots de relacionamento com o consumidor, por exemplo, e ir migrando aos poucos para ações com robôs mais complexos.
“Todo mundo diz ‘ah, mas a Apple faz isso, o Google aquilo’, mas poucos estão dispostos a experimentar e testar. Depois que você percebe isso, cresce muito. Para as agências, o primeiro passo é entender o problema do cliente, e então buscar no seu repertório as tecnologias que possam resolvê-lo, aliadas a uma proposta de construção de marca”, disse Sergio.
Ele, no entanto, acredita que o trabalho dos criativos vai muito além de apenas ter as ideias. “O criativo de hoje tem que saber prototipar e criar os devices, pois só assim o cliente consegue enxergar a tecnologia e visualizar o resultado”
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