23 de agosto de 2013 - 2h08
Com cerca de 40% de presença no mercado de aparelhos móveis no segmento empresarial, a liderança da BlackBerry neste setor é indiscutível. A empresa adotou no passado a estratégia de se consolidar dentro do meio coorporativo, fugindo do embate direto com concorrentes fortíssimos como o Android e o iOS da Apple – que focam suas estratégias nos usuários finais. Entretanto, a visão da companhia ter mudado, tanto no mercado brasileiro quanto no mundo.
Na tentativa de conquistar os consumidores finais e transformar o conceito sobre os produtos da empresa, a companhia canadense lançou no mercado brasileiro o do Z10 – um smartphone com características que se desprendem do meio coorporativo. Mas para conquistar um espaço no mercado varejista, a companhia está adotando uma estratégia de “humanização” da marca BlackBerry.
A aposta da empresa é baseada em parceria com eventos de entretenimento e artistas. Nos últimos três anos, a companhia fechou parcerias com Black Eye Peas, quando o grupo esteve no Brasil, foi patrocinadora oficial do Terra festival e agora aposta em uma união com a cantora Alicia Keys – que fará shows em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre, em setembro deste ano.
A parceria foi anunciada em fevereiro deste ano. A cantora passou a ser Global Creative Director, cargo que na prática funciona como uma embaixatriz da BlackBerry no mundo. Com isso, Alicia Keys está ligada a projetos a novos produtos da empresa. Segundo Adriano Lino, gerente de inteligência de mercado da companhia, a estratégia global permite que os artistas abracem a Black Berry como produto oficial e isso reflete nos consumidores. “Os artistas são, de fato, usuários da marca e dos nossos produtos. Quando nos unimos a estas personalidades estamos nos unindo ao que elas representam e assim mostramos que nossos produtos na verdade são extremamente úteis para os usuários finais”, explica.
Lino explica também que as estratégias de comunicação e propagação dos produtos BlackBerry variam de país a país, e que no Brasil a popularização dos smartphones da empresa é prioridade. “Nossa participação no mercado de smartphones para o usuário final é muito pequena. E faz parte dos anseios da companhia conquistar estes consumidores daqui para frente”, comenta.
Momento delicado
Os esforços da BlackBerry em emplacar as vendas junto ao consumidor final figuram em um dos piores momentos da empresa no cenário global. No início de agosto, a empresa anunciou que trabalha com três hipóteses para superar a crise: vender a companhia, fazer parcerias ou associar-se a outras empresas.
A ideia da BlackBerry é encontrar formas de aumentar as vendas dos produtos equipados com o sistema operacional BlackBerry 10 – lançado em janeiro deste ano. O sistema recebeu críticas positivas, mas as vendas têm sido lentas. Vale lembrar que a empresa comunicou na última apresentação de resultados trimestrais prejuízos que alcançaram o valor de US$ 84 milhões.