6 de outubro de 2014 - 12h42
POR LENA CASTELLON
Do Meio & Mensagem
(*)Atualizada às 12h05
O segundo turno presidencial está definido. De um lado, Dilma Rousseff (PT). De outro, Aécio Neves (PSDB). Nos primeiros dias do segundo turno, as campanhas vão se empenhar em afinar estratégias e estabelecer alianças. Uma das frentes que certamente mobilizará as candidaturas é a mídia social. Os números de interações obtidos até agora demonstram que os brasileiros estão interessados em discutir política. E tanto já o fizeram que o Facebook obteve novo recorde de interações (comentários, curtidas e compartilhamentos) relativas a um processo eleitoral, superando a Índia, até então o melhor desempenho nessa área.
Até a sexta-feira 3, os números do Facebook estavam em 240 milhões de interações – e esses foram os dados publicados em reportagem da edição 1630 de Meio & Mensagem (que apresenta os “termômetros”, os serviços e as parcerias da rede, do Twitter e do Google), que tem como data de circulação esta segunda-feira, 6. Com a votação, no domingo 5, os comentários, curtidas e compartilhamentos chegaram a 346 milhões no período (contabilizados a partir de 6 de julho, início da corrida eleitoral no País). Segundo o Facebook, foram 26 milhões somente no domingo.
A Índia movimentou a rede com 227 milhões de interações de março a maio, quando foi eleito Narendra Modi como primeiro-ministro. A eleição indiana é a maior da história no mundo, com 814 milhões de eleitores (a população total é de 1,25 bilhão). Os usuários do Facebook na Índia chegam a cem milhões. No Brasil, a base é de 89 milhões.
Uma das marcas das interações na mídia social nas eleições brasileiras é o volume de posts ligados aos debates na TV, o que reforça o potencial da segunda tela. O último deles feito no primeiro turno, o da Globo, na quinta-feira 2, rendeu um recorde ao Twitter dentro da análise de dados para eleições. Foram 3,1 milhões de tweets com a hashtag #DebateNaGlobo. No Facebook, as interações de todos os debates realizados somaram 20 milhões de comentários, likes e shares. Somente o da Globo chegou a 12,9 milhões.
Para o segundo turno, as estratégias para a mídia social serão reforçadas pelos veículos que já adotaram algum recurso, como o UOL que criou A Voz do Facebook, que mede a popularidade dos presidenciáveis, e como a Band Rio, que teve o primeiro debate 100% integrado com o Twitter na noite em que os candidatos a governador discutiram suas propostas. Perguntas feitas pelos usuários eram apresentadas ao vivo e se um tema ganhasse relevância – o que se verificava pelas menções no Twitter -, ele voltava a ser debatido. O debate interativo será feito mais uma vez pela Band Rio no segundo turno, entre Luiz Fernando Pezão (PMDB) e Marcelo Crivella (PRB). O SBT prepara uma parceria com o Facebook para um novo debate entre os presidenciáveis, que organiza com UOL, Folha e Jovem Pan.
Eleições são muito importantes para as redes. No Facebook, há um líder global para campanhas políticas: Katie Harbath. No Brasil, quem responde pela área é Bruno Magrani, diretor de relações institucionais. No Twitter, Adam Sharp, que está na empresa desde 2010, foi a primeira contratação da rede em Washington. É o gerente sênior de governo, notícias e inovação social da plataforma. Ele lidera um time mundial que conta com Leonardo Stamillo, desde janeiro diretor de jornalismo e política do Twitter Brasil. No Google, também existe uma equipe global, com base nos Estados Unidos, para cuidar de projetos relacionados a processos eleitorais. No Brasil, Valdir Leme é o gerente de marketing responsável pela plataforma de eleições.
A reportagem “Vitória da mídia social”, com mais números e estratégias, como os treinamentos oferecidos às equipes das campanhas dos candidatos, está disponível para assinantes nas versões impressa e de tablets (iOS e Android) de Meio & Mensagem.