Empatia e conexão humana, os novos superpoderes

Fernando Murad
10 de maio de 2016 - 15h30

Considerado um dos “100 Most Creative People in Business” pela revista Fast Company, Frank Cooper III, diretor de marketing do BuzzFeed, atuou por 12 anos como chief marketing officer mundial da PepsiCo, mas voltou ao início da carreira na indústria fonográfica para iniciar sua apresentação no painel “Branded Content e Native Advertising: a força do conteúdo veio para ficar”.

Frank citou a Motow Records, responsável pelo lançamento de grandes nomes da música negra norte-americana nos anos 60 e 70, e a Def Jam, fundada nos anos 80 e que deu voz ao rap e ao hip hop. “Elas se tornaram icônicas de formas distintas. A Motow mostrou a cultura negra assimilada enquanto a Def Jam mostrou às pessoas como ficar poderosas além do mainstream. Ocorre o mesmo com a mídia. Na mídia tradicional o conteúdo vinha de cima para baixo. A tecnologia móvel e social mudou tudo”, afirma.

Frank Cooper III, Chief Marketing e Chief Content Officer do BuzzFeed (Eugenio Goulart)

A estratégia do BuzzFeed para gerar conexões começa com a produção de algum conteúdo interessante para um indivíduo. “Isso impulsiona a comunicação”, pontua. Como exemplo, Frank cita um vídeo sobre coisas esquisitas que os casais descobrem um do outro apenas após o casamento. “O vídeo foi compartilhado milhões de vezes, ajudou as pessoas a entender suas relações e desencadeou conversas. A empatia e a conexão humana são os novos superpoderes para construir algo maior”, pontua.

Na outra ponta, o processo de produção do BuzzFeed investe no ciclo virtuoso criar, distribuir, aprender, adaptar e criar. O resultado dessa estratégia são sete bilhões de visualizações mensais. A plataforma de conteúdo sobre comida Tasty, presente na Alemanha, França e Reino Unido, por exemplo, e lançado no Brasil há dois meses, registra 360 milhões de usuários mensais. No País, são cinco milhões de fãs e cinco milhões de visualizações por vídeo em média.
“O BuzzFeed é conhecido por suas listas e vídeos de gatos, mas também temos jornalismo tradicional. Notícia é uma parte importante do negócio”, afirma.