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Gary Whitehill: ?Todo empreendedor é um herói?

Em sua palestra na Campus Party, o fundador da Entrepreneur Week traçou um paralelo entre a Jornada do Herói e os caminhos vividos pelas startups


6 de fevereiro de 2015 - 12h15

POR ISABELLA LESSA
ilessa@grupomm.com.br

 

Matrix, Indiana Jones, Star Wars, Senhor dos Anéis e Batman. Além de serem grandes sucessos do cinema, esses filmes têm em comum a Jornada do Herói, teoria formulada por Joseph Campbell. No enredo dessas histórias, o personagem principal é sempre tirado de sua vida ‘comum’ para enfrentar algum desafio. No início, há resistência e medo; um mentor aparece para dar conselhos; então, chega o momento da aventura, em que os perigos são enfrentados e o herói é quase ou totalmente derrotado. Porém, ao final, encontra alguma recompensa, aprende com seus erros e acertos e se torna uma pessoa melhor. E, segundo Gary Whitehill, fundador do evento Entrepreneur Week, essa é a trajetória vivenciada por todos os empreendedores do mundo.

Na quinta-feira, 5, o consultor esteve na Campus Party para compartilhar sua visão sobre o ecossistema dos negócios. Ele cria plataformas e infraestruturas para impulsionar as iniciativas de empreendedores, trabalha para empresas e governos, e faz parte do Conselho Global de Administração do Centro de Dell para Empreendedores. “Nos últimos seis anos, viajei pelo mundo e o que eu concluí é que o caminho percorrido pelos empreendedores é sempre o mesmo”, afirma.

Segundo ele, o empreendedor de sucesso está na intersecção de três elementos básicos: cultura, conhecimento e processo. “A cultura é a base de tudo o que você faz. E a cultura é apoiada pelo processo e pelo conhecimento”. Whitehill esclarece que a cultura a qual se refere não é a tão falada ‘cultura corporativa’, mas a cultura de inovação que dá o sentido de propósito da sua empresa. Em seguida, é necessário ter visão para não perder a direção dos seus objetivos. Sem a missão, o empreendedor perde a ação, e portanto a audiência não entenderá a razão da existência de sua marca. E depois, é preciso ter uma estratégia que mantenha o foco e não mude. “Se sua estratégia muda muito, é porque você está pensando apenas no dinheiro. E é por isso que empresas como o MySpace falharam. Porque não tinham uma estratégia”. O consultor ainda cita a tática, para garantir a eficiência, e incentivos alinhados, para manter a força da equipe da empresa.

“O ego suprime a criação. Quando se tem os valores certos, o empreendedorismo vira arte”, diz ele. Para ilustrar sua frase, mostra a foto da escultura de Davi, de Michelangelo. “Essa obra levou três anos para ficar pronta. O artista soube que estava pronta depois que eliminou tudo aquilo que era irrelevante”.

O consultor também pede aos empreendedores que não tenham pressa e não sigam modelos pré-estabelecidos de negócios. “A perfeição mata as startups”.

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