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Geolocalização: a nova corrida pelo ouro.

A frequência de pontos de localização define o quão profundo é o conhecimento sobre o comportamento offline do consumidor. A geolocalização garanter isso.


29 de março de 2017 - 6h58

Por André Ferraz (*)

O progresso do mobile despertou um grande crescimento de aplicações baseadas em geolocalização. Por se tratar de uma novidade, é importante saber quais características devem ser avaliadas ao adotar esse tipo de tecnologia em uma nova aplicação.

Atualmente essas aplicações são muito úteis, mas se tecnologias mais recentes fossem utilizadas, poderíamos ir muito mais longe.

Atributos como consumo da bateria, acurácia, precisão, frequência e o quão nova é a tecnologia são primordiais para garantir a qualidade do app.

Imagine se o seu táxi parasse de errar o endereço e você não precisasse mais sair correndo na rua atrás dele, se o seu aplicativo de companhia aérea fosse capaz de avisar que você entrou no terminal errado do aeroporto, ou ainda se seu aplicativo de e-commerce entendesse as lojas que você visitou na sua última visita ao shopping e lhe sugerisse produtos que podem ser do seu interesse. Não seria incrível?

Para utilizar a “tecnologia da moda”, muitos desenvolvedores acabam deixando a performance da aplicação em segundo plano, gerando uma experiência negativa para o usuário.

De acordo com um estudo realizado pelo Google em 2015, 26% dos aplicativos são abandonados depois do primeiro uso. Por isso, é importante ser cauteloso.

Quando o assunto for consumo da bateria, é sempre bom ter em mente o velho conceito de que “menos é mais”. Os usuários sempre estão dispostos a desinstalar um aplicativo com alto gasto de energia.

Existe até um artigo do The Guardian explicando que desinstalar o aplicativo do Facebook, um dos mais utilizados do mundo, poupa até 20% do gasto da energia do smartphone. Sim, os usuários levam o consumo da bateria muito a sério.

Além disso, dependendo da finalidade da aplicação, é importante definir se a prioridade será a acurácia ou a precisão. Mas, antes, é importante compreender a diferença entre os dois conceitos.

A acurácia mede a proximidade de uma medida em relação ao valor verdadeiro. Já a precisão, mede o grau de variação de um conjunto de medições. Ou seja, quanto mais precisa for a medição, menor será a variação entre as medidas avaliadas. Tecnologias como os iBeacons, por exemplo, tem alta acurácia e precisão, porém custam muito caro. Tecnologias mais populares como o GPS, têm uma acurácia razoável e pouca precisão, enquanto tecnologias como a geolocalização das operadoras de telefonia contam com pouquíssima acurácia e precisão.

Já a frequência, diz respeito à quantidade de pontos de localização por usuário que é possível capturar. A frequência de pontos de localização define o quão profundo é o conhecimento sobre o comportamento offline do consumidor. Quanto maior for a frequência da captura de pontos de localização, mais dados serão gerados sobre o comportamento da audiência. Tecnologias como o GPS não conseguem capturar dados numa alta frequência, pois o seu consumo de bateria é muito alto.

Outro ponto importantíssimo que deve ser levado em conta é o quão recente é a tecnologia empregada na aplicação. Hoje em dia, os avanços tecnológicos têm acontecido de maneira muito rápida. Já existem tecnologias que alcançam a mesma acurácia e precisão de um iBeacon, que estão presentes em todos os lugares tal qual o GPS e com um consumo muito inferior de bateria. A soma desses fatores permite que a coleta de dados aconteça numa frequência muito superior.

Para se manterem atuais, as tecnologias necessitam se manter em constante evolução. Logo, o último ponto de atenção para quem quer empregar a geolocalização em uma nova aplicação é reciclar-se sempre.

Ao manter a tecnologia de geolocalização utilizada alinhada com as inovações do mercado, é possível garantir que a performance da aplicação se mantenha satisfatória tanto para o usuário, quanto para o desenvolvedor.

(*) André Ferraz é fundador e CEO da Inloco Media.

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