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MWC 2014: Zuckerberg finalmente explica aquisição do WhatsApp

Em Barcelona, CEO do Facebook fala sobre WhatsApp, espionagem e nega que vá comprar o aplicativo Snapchat. Pelo menos por enquanto.


24 de fevereiro de 2014 - 4h25

Na mais aguardada apresentação neste início do Mobile World Congress, que acontece nesta semana, em Barcelona, Mark Zuckerberg falou sobre o projeto internet.org, a compra do WhatsApp, espionagem feita pelo governo americano e fez ainda um breve comentário sobre o Snapchat.

Mediada pelo jornalista David Kirkpatrick, autor do livro The Facebook Effect, a apresentação foi quase toda foi direcionada ao projeto internet.org, que tem como objetivo levar conexão de internet a mais pessoas. Esse desejo de conectar outro bilhão de pessoas, segundo Zuckerberg, foi o que o impulsionou a compra do aplicativo WhatsApp por US$ 19 bilhões.

Questionado se este, então, seria o principal motivo que levou o Facebook a investir no WhatsApp, Zuckerberg foi enfático: sim. A aquisição do comunicador instantâneo passa pelo desejo de ampliar o acesso a internet à população mundial. 

De acordo com Zuckerberg, a rede do Facebook, com 1,2 bilhão de pessoas, é a maior da história em qualquer sentido. Mesmo assim, ele acredita que apenas continuando no caminho que as empresas de tecnologia estão, a internet não chegará a todos. “Não estamos no caminho de conectar o mundo todo, a não ser que alguma mudança dramática ocorra”, disse.

Para isso foi criada a internet.org. Entre seus membros fundadores estão Facebook, Nokia, Qualcomm e Samsung. Uma das questões levantadas por Zuckerberg, para que seja possível conectar o mundo todo, é sobre o preço dos smartphones.

Ele afirmou que, na MWC, é possível ver alguns esforços sobre o assunto, como um aparelho usando o sistema Firefox que deve ser vendido por US$ 25. Zuckerberg disse ainda que, hoje, 80% da população mundial mora em áreas com cobertura de internet móvel 2G ou 3G. Falta apenas um jeito de se conectar.

Com isso, pessoas poderiam acessar informações preciosas. “Nós acreditamos que uma porção de serviços deveria existir, seja ele para enviar mensagens ou saber a previsão do tempo. Esses são serviços básicos aos quais as pessoas devem ter acesso”, afirmou.

Zuckerberg afirmou que a curto prazo, as empresas devem perder dinheiro com esse projeto. “Se nós fizermos algo bom par ao mundo, eventualmente acharemos uma maneira de lucrar com isso”. Zuckerberg, no entanto, provavelmente já tem a reposta. Com outro bilhão de usuários usando o Facebook, os lucros seriam ainda maiores.

Espionagem
Em meio a palestra, Kirkpatrick perguntou para o fundador do Facebook sobre o esquema de espionagem do governo americano usando a NSA, agência de segurança dos EUA. Zuckerberg foi franco e direto em sua resposta. “O governo meio que estragou tudo. Eles estavam muito além do que deveria ser feito, não estavam sendo transparentes o suficiente sobre o que faziam”, disse.

“Confiança é importante quando se usa um serviço no qual informações pessoais importantes são compartilhadas”, disse ele sobre os impactos da espionagem no Facebook.

Snapchat
Ao final da palestra, ele ainda mostrou bom humor. Foi questionado se depois de comprar o WhatsApp havia desistido do Snapchat. Respondeu que não iria comentar sobre o assunto. “Depois de comprar uma companhia por US$ 19 bilhões, você fica satisfeito por algum tempo”, afirmou.
 

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