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O futuro da mídia social: redes de conteúdo X redes de conexão

Jan Rezab, CEO e co-fundador da Socialbakers, apresenta as mudanças estruturais de plataformas como YouTube, Facebook, Twitter e LinkedIn


1 de agosto de 2014 - 12h26

POR JAN REZAB
CEO e co-fundador da Socialbakers

É provável que existam inúmeras plataformas, mas há apenas dois tipos de redes sociais: redes de conteúdo e redes de conexão. Apesar de parecer uma divisão arbitrária, ela é fundamental para entender o presente e futuro da social media.

 

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De um lado da matriz estão as redes de conteúdo, como YouTube e Tumblr. Elas são (ou eram) basicamente meios de transmissão – construídas a partir de uma arquitetura de entrada e saída. Usuários criavam coisas, faziam upload e esperavam por uma audiência. Agora, essas plataformas estão evoluindo para algo parecido com clubes ou organizações associativas.

Do outro lado estão as redes de conexão, como Twitter, Google+ e LinkedIn. Elas dependem da habilidade de coleta de seus usuários para atrair e interagir com mais pessoas. Os métodos de interação são uma mistura de conversação, fotos e qualquer outra coisa que possa ser linkada. Redes separadas podem sobrepor-se nas margens e, quando elas colidem, o conteúdo se torna viral.

É claro que existe um meio termo. O Facebook depende da rede de usuários para divulgar o conteúdo além das timelines. Prova dessa convergência de conteúdo e conexão são as aquisições do Instagram e do aplicativo Paper realizadas recentemente pela rede social.

O Twitter, que é uma rede de conexão, está se tornando uma rede de conteúdo. Agora, artistas, jornalistas e entusiastas conectados são capazes de editar e publicar conteúdo visual de formas cada vez mais criativas, além de se informar sobre as notícias mais recentes em tempo real.

As marcas estão cada vez mais conscientes disso. Mais do que nunca, as empresas estão utilizando o Twitter para responder a perguntas de consumidores, demandas e comentários. Clientes insatisfeitos também estão recorrendo à rede social para reclamar publicamente e, só agora, as companhias estão começando a acelerar.

Esse é o poder da rede de conexão. Se por acaso um único tuíte de uma pessoa for visto por alguém com milhões de seguidores, uma figura pública, ou ambos, boom. A única coisa que as marcas podem fazer é responder de forma cautelosa e transparente – esse é o jogo.

Por outro lado, o YouTube é uma rede de conteúdo completamente desenvolvida que gravita em direção a uma rede de conexão. A plataforma de vídeo está construindo uma logística de rede conectada (também conhecida como assinantes) por cima de sua arquitetura já existente, oferece canais próprios com material de altíssima qualidade, tornando-se mais um “destino da web” a cada dia.

O YouTube é interessante aos profissionais de marketing por diversas razões, mas, assim como o Instagram ou o Pulse do LinkedIn, o jogo de conteúdo e espaço multimídia representam um lugar onde a criatividade pode superar tudo – ou o contrário, é claro. O vídeo de dois minutos, que custou milhões de dólares, está gerando um ROI sólido? Sem dúvida, foi divertido produzi-lo, mas ele é capaz de gerar receita?

A resposta parece estar em algum lugar do meio termo. O Facebook tem sido capaz de gerar receita publicitária de forma consistente. O Twitter excedeu as expectativas dos investidores e o YouTube é uma peça cada vez mais importante no quebra-cabeça do Google. Todos os três são gigantes, com uma base de usuários que atinge bilhões, e isso ajuda. Entretanto, eles não teriam crescido tanto sem ter feito algumas coisas da forma correta.

Grande parte da receita publicitária do Facebook e do Twitter vem do mobile – onde as redes de conexão são mais fortes e as redes de conteúdo encontram seus maiores desafios. À medida que as telas de celulares se tornam maiores, os dispositivos também ganham mais força e a taxa de transferência de dados aumenta.

Mas, talvez, o verdadeiro indicador do futuro da social media seja outra coisa – TripAdvisor. Enquanto a maioria das plataformas precisa atingir um público alvo em movimento, o TripAdvisor se tornou um mix único e altamente valioso de conteúdo e conexão ao fazer uma única coisa, mas com qualidade. Um simples site de avaliação se transformou em um recurso indispensável para viajantes, a lazer e a negócios, construindo uma comunidade em torno de algo que muitas pessoas consideram de extrema importância.

Esse é o futuro da mídia social – mídia, no sentido geral, caso você me pergunte. A fórmula criar-transmitir-visualizar-anunciar-repetir já morreu. Nós vivemos em um muno sob demanda, onde comunidades pequenas, interessadas e colaborativas podem gerar e sustentar iniciativas criativas em inúmeros setores.

A convergência de redes de conteúdo e conexão está apenas começando – e isso é emocionante.  

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