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Por que o Google+ pode alavancar a estratégia de comunicação das marcas

Conversamos com o líder global da rede social do Google e mostramos como a plataforma pode ser fundamental para o planejamento de social media


20 de janeiro de 2014 - 6h00

Por Fernanda Bottoni

Experimente perguntar a Bradley Horowitz, vice-presidente de produtos para Google+ do Google, se 2014 será o ano da rede lançada em 2011 e possivelmente você ficará surpreso com a resposta. Bem comedido, ele declara: "Estamos contentes com o progresso do produto até o momento."

Sem citar metas exageradas para os próximos 12 meses, o executivo lembra que, em outubro de 2013, foi anunciada a marca de 300 milhões de usuários ativos por mês no stream do Google. "Além disso, no Brasil, o Google+ ultrapassou o Twitter em número de usuários ativos. Chegamos a 12,8 milhões de usuários em outubro, contra 12,2 milhões de usuários no Twitter, segundo relatório divulgado em novembro pela comScore, e nos tornamos a terceira plataforma social mais usada no País", afirma.

O executivo acredita que o Google+ já seja uma ótima plataforma para conectar marcas com seus públicos. "Mas temos muito mais no horizonte para 2014", diz ele. "Queremos transformar a experiência do Google e deixar todos os serviços que as pessoas já gostam de usar ainda mais rápidos, relevantes e confiáveis."

E é exatamente com esse tom que o novo ano parece receber o Google+ – o da moderação. Nem o próprio Google nem as agências esperam – ou, se esperam, não anunciam – resultados mirabolantes.

Para Leslie Orsioli, managing director da We Are Social Brasil, este pode, sim, ser um ano excelente para o Google+, já que, com as novas mudanças do Facebook, muitos usuários e marcas perceberam que a plataforma se posicionou nitidamente como um veículo de mídia. "Eles começam a perceber que a plataforma faz uso massivo de publicidade, descaracterizando a proposta inicial que era de uso pessoal para estar em contato com amigos, ter acesso e compartilhar conteúdos de seus interesses", afirma.

A principal questão, no entanto, é que uma plataforma não substitui a outra. "O propósito do Google+ é diferente, ele está focado em organizar e disseminar conteúdos entre seus usuários", explica. Ela diz que estamos avidamente em busca de conteúdos com os quais nos conectamos, sejam eles de qualquer natureza: branding, entertainment, personal. "O usuário quer estar onde estes conteúdos estão e a rápida população da plataforma explica que usuários estão não apenas em busca desses conteúdos mas também de novas experiências, como a do recurso hangout."

Já Vinicius Zimmer, coordenador de social content da Agência CASA, é bem mais cauteloso. Para ele, este dificilmente este será o ano do Google+ como a maior rede social do Brasil. "Mesmo que o Facebook já não seja mais reconhecido como uma inovação e novidade por grande parte dos heavy users em redes sociais, outras redes paralelas e com diferentes características tem ganhado esse espaço, como é o caso do Instagram e WhatsApp", diz ele.

Pontos positivos
Tanto para Leslie quanto para Zimmer, o maior diferencial do Google+ são os Hangouts. "O recurso teve ações de muito sucesso que contribuíram para o buzz positivo da rede", diz ela. Para Zimmer, eles são as ações que mais se destacam na plataforma. "É possível ver sites de notícias e formadores de opinião utilizando a ferramenta com frequência para realizar discussões e interações com suas audiências", explica. É por isso que ele acredita que, em grandes eventos como a Copa do Mundo ou as manifestações que ocorreram em junho no Brasil, o formato ganhe mais força, já que com ele é possível discutir de forma mais profunda um determinado tópico em tempo real.

Como case ele cita o hangout realizado pelo Jovem Nerd com o Paulo Coelho. "Ano passado o Jovem Nerd e mais alguns convidados realizaram um papo com o Paulo Coelho no hangout e milhares de pessoas acompanharam a conversa", lembra. "No fim de 2013 eles figuraram praticamente todas as listas de celebridades que merecem destaque durante o ano, inclusive em canais tradicionais como a Galileu", afirma. Para ele, muito desse destaque foi mérito do hangout, que fez com que as pessoas conhecessem ainda mais a influência do Jovem Nerd. Leslie também destaca vários deles, como a +Claro Brasil que lançou o 3G Max em um Hangout On Air apresentado por Marco Luque com a participação de Ronaldo; Topshop, o The Future of the Fashion Show, e o Especial Restaurant Week.

Horowitz complementa dizendo que empresas como Fiat, Verizon Wireless e Rovio (Angry Birds) usaram Hangouts para lançar novos produtos e empresas de mídia como LA Times, The New York Times e Mashable usam os Hangouts para debater as principais notícias do dia.

Buscando influência
Para Zimmer, a influência do Google+ nas buscas é outro grande benefício. "Sua recomendação (+1) com certeza tem influência no ranking das páginas e empresas com perfil no Google+ também ganham destaque nos resultados da busca."

Para Horowitz, o Google+ está impactando a forma como as pessoas interagem em todos os produtos do Google. Como exemplo, ele cita mais de cem marcas, incluindo grandes como Burberry, H&M, Ford, Coca-Cola e ESPN, com mais de um milhão de seguidores no Google e esse número não para de subir. "Essas marcas tiveram ótimos resultados graças à habilidade de trazer à tona recomendações sociais na pesquisa no momento da intenção de compra", afirma.

Vida real na rede
Outro fator positivo que Horowitz destaca é a possibilidade de usuários e marcas construírem relações substanciais com o uso de recursos que refletem o mundo real. Os círculos, segundo ele, são um exemplo porque nem todas as relações são iguais. "Com eles, você pode compartilhar de maneira seletiva, apenas com as pessoas certas, no momento certo." Ele afirma que mais da metade do compartilhamento no Google+ é feito para os círculos e não em "público". Os próprios Hangouts, para ele, são outro exemplo de vida real. "Você pode juntar diversas pessoas no mesmo vídeo, seja para compartilhar os primeiros passos do seu bebê ou transmitir ao vivo um evento histórico."

Para as marcas, ele destaca o login do Google+. "É uma ferramenta importante para entender melhor o seu público, por meio de perfis públicos e dados compartilhados", diz ele. Além disso, ele afirma que o login do Google+ tem outras vantagens para sites, graças à integração com outros serviços do Google. "Percebemos que até sites com outras opções de login obtêm um aumento substancial no número de usuários logados com o login do Google+", diz. "Por exemplo, o login do Google+ se tornou a opção preferida de 41% dos usuários para se conectar à página do jornal britânico The Guardian."

Leslie também destaca, entre os pontos positivos da plataforma, as preferências de privacidade e a facilidade de utilizar a plataforma mobile.

Pontos negativos
Por outro lado, entre os quesitos que ainda pesa contra a rede estão o ainda baixo volume da audiência, que gera baixo engajamento e dificuldade de justificar grandes investimento e ações específicas para ela. "É por isso que muitas empresas ainda veem o Google+ como uma reaplicação de conteúdo do Facebook," afirma Zimmer.

Na opinião de Leslie, o ponto mais negativo é o analytics para a rede, que ainda é muito fraco e conta com poucos dados. "A personalização de URL para perfis pessoais, que não é igual ao seu email associado, e alguns recursos para mobile têm preferências para o sistema Android", acrescenta.

Por fim, Horowitz afirma: "Estamos melhorando o produto continuamente e esperamos ver ainda mais engajamento dos usuários ao redor de suas paixões e interesses neste ano". 

 

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