Tecnisa aposta em drones como solução de negócios

11 de abril de 2014 - 2h42

POR JOSÉ SAAD NETO
jsaad@grupomm.com.br

Cada vez mais empresas investem nas diferentes funcionalidades que os drones podem ter. Na Amazon, eles são utilizados para fazer entregas de produtos nos Estados Unidos. O Facebook, por sua vez, comprou uma fábrica inteira deles com o intuito de levar sinal de internet às regiões mais isoladas da África. A Rede Globo adotou os robozinhos para transmitir imagens aéreas do Sambódromo do Rio, no último Carnaval.

Agora, mais uma iniciativa chama a atenção pela originalidade. A Tecnisa vai utilizar os veículos aéreos não tripulados para captar e transmitir imagens das obras de seus empreendimentos aos clientes. “Assim, os donos dos imóveis poderão acompanhar cada passo da obra por ângulos que só um drone pode captar. É uma nova perspectiva ainda não explorada na construção civil”, explica Gustavo Reis, gerente de marketing da Tecnisa.

A ideia surgiu durante uma sessão do Fast Dating, programa que abre espaço para startups apresentarem ideias inovadoras que possam ser incorporadas aos negócios da construtora. Se o projeto agrada, em vez de investir dinheiro na jovem empresa, a Tecnisa vira cliente e firma um contrato por tempo determinado. E foi exatamente o que aconteceu. A startup Drones Voadores, de São Paulo, apresentou a possibilidade de utilizar os equipamentos na construção civil. “A apresentação que duraria 10 minutos não precisou ir além de seis, pois já fomos convencidos imediatamente do potencial”, explica Reis.

Nesta primeira fase, as captações de imagens contemplam 30 empreendimentos localizados na Grande São Paulo, e poderão ser expandidas para outras cidades do Brasil onde a Tecnisa atua. A ideia é que os clientes recebam atualizações mensalmente dentro de uma área fechada no portal da construtora. “Assim, criamos mais um canal de acompanhamento da obra. Esse tipo de inovação já faz parte do nosso DNA”, diz Reis.

A Tecnisa afirma que, atualmente, 43% da receita é proveniente de plataformas digitais. “Para uma empresa de R$ 1,5 bilhão de faturamento, esse percentual é impressionante”, completa o gerente de marketing.

Drones Voadores
É curiosa a história da startup que conquistou o contrato com a Tecnisa. Fundada em São Paulo, há seis meses, por cinco amigos com idade entre 23 e 25 anos, a empresa surgiu a partir de uma ideia que a moçada teve durante a última Campus Party Brasil, em janeiro. “Estávamos de olho nas diferentes utilizações dos drones pelo mundo e pensamos que eles poderiam fornecer soluções, principalmente, para o agronegócio e a construção civil”, conta Thiago Capelo, um dos fundadores.

Foi então que os amigos pegaram estrada rumo ao Paraguai para comprar um drone. Viajaram 18 horas de carro e desembolsaram R$ 20 mil, capital próprio dos sócios. Com o drone, aprenderam a fazer sua manutenção e desenharam as possibilidades de negócios. E enxergam muitas outras funções para o equipamento. “A captação de imagens é uma delas. Mas há outras soluções em áreas como healthcare e agricultura”, finaliza Thiago.