11 de novembro de 2013 - 7h59
POR ARTHUR QUEZADA
aquezada@grupomm.com.br
Há algum tempo, a indústria varejista brasileira enxergou no e-commerce a oportunidade de ampliar negócios e otimizar vendas. Ao passo que mais de 83 milhões de brasileiros já possuem acesso à internet, segundo o IBGE, e 52 milhões de pessoas navegam na web pelo celular, de acordo com dados do IAB, a imersão das empresas de varejo no comércio eletrônico passou a ser fundamental para o sucesso destas companhias.
Durante evento realizado na quinta-feira, 31 de outubro, pelo Experience Club – clube empresarial formado por executivos de grandes empresas – com apoio do Meio & Mensagem, três importantes nomes do mercado debateram o futuro do e-commerce no Brasil. Germán Quiroga, CEO da Nova Pontocom, Guga Stocco, vice-presidente de novos negócios do Buscapé, e Frederico Trajano, diretor de marketing e vendas do Magazine Luiza, discutiram as possibilidades e desafios que este mercado oferecerá em 2014.
Dentre os assuntos abordados durante o encontro, a tecnologia a favor das vendas foi uma das questões mais importantes. Para Trajano, o e-commerce é a invenção mais revolucionária para a indústria varejista desde o surgimento da moeda, e por isso os investimentos em tecnologia passaram a ser prioridade. “Não basta apenas comprar tecnologias de empresas especialistas, as empresas de varejo precisam produzir tecnologia, e precisam ser conectadas as tendências neste sentido. Até mesmo quando formulamos as equipes de vendas e marketing, o diferencial para os profissionais é essa visão tecnológica”, explica.
Segundo Stocco, as companhias não podem enxergar os investimentos em e-commerce como a solução para otimizar as vendas a curto prazo. “As companhias precisam buscar novas tecnologias que potencializem as vendas a longo prazo. Um varejista que hoje não pensa em mobile ou em social, por exemplo, possui uma desvantagem competitiva perante as empresas que estão trabalhando nisso”, analisa.
Na visão de Quiroga, da Nova Pontocom, empresa responsável pelos sites das Casas Bahia, Extra e Ponto Frio, do grupo Pão de Açúcar, a competição entre as companhias varejistas já existe no mundo online, e as ferramentas tecnológicas podem ser o diferencial nesta disputa. “Nós estamos vivendo um tsunami de tecnologia. Por isso, o e-commerce precisa ser bem feito, desde a produção de mobile site até os investimentos de aplicativos de vendas”, comenta.
Nova geração, novos negócios
Quando se fala de novos consumidores, a faixa etária não é o único fator que classifica essa geração de clientes em potencial. No Brasil, grande parte da população está descobrindo aos poucos as novas ferramentas de compra presentes no universo digital.
Segundo uma pesquisa do E-bit, 4 milhões de brasileiros fizeram a sua primeira compra online na primeira metade de 2014. Até o final do ano, a expectativa é de que mais 5 milhões de pessoas comecem a consumir pela internet – somando um total de 51 milhões de compradores online, segundo o estudo.
Neste cenário, as empresas de varejo enfrentam desafio de conquistar a confiança do consumidor ao passo que o ambiente digital se torna cada vez mais presente na vida dos brasileiros. “A Magazine Luiza obteve 33% de crescimento nas vendas online neste ano, sendo que o comércio eletrônico já representa boa parte do nosso faturamento total. Por isso, estamos otimistas, mas precisamos encontrar maneiras de estreitar essa relação digital com os consumidores. Esse é o desafio”, comenta Trajano.
Para Quiroga, o comércio eletrônico substituirá, de certa maneira, as lojas físicas de varejo como são conhecidas hoje. “Em breve, veremos uma transição significativa no Brasil. Na realidade isso já acontece. Veremos mais modelos como a Amazon ou a Apple, com as lojas sem estoque. E isso reforça a importância da presença online destas empresas”, destaca.
Na avaliação de Guga, os processos de compra precisam ser cada vez mais simples, e as empresas que se atentarem a isso sairão na frente. “Em qualquer plataforma, os consumidores não querem ter trabalho na hora de adquirir os produtos. Se o varejista investir em tecnologias que otimizem o tempo do cliente, com certeza o sucesso será maior”, enfatiza.