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Wall Street Journal adota publicidade nativa

Site do jornal passará a publicar conteúdo desenvolvido em parceria com patrocinadores


10 de março de 2014 - 3h45

Menos de seis meses depois de o editor-chefe, Gerard Baker, ter declarado que adotar tal prática comercial era o mesmo que fazer um pacto com o diabo, o Wall Street Journal começará, a partir desta semana, a fazer uso da publicidade nativa, de acordo com reportagem do Advertising Age.

Com início previsto para essa terça-feira, 11, a primeira publicidade nativa do veículo será apresentada em formato de um box de conteúdo – com título, linha fina e texto – na editoria de Tecnologia do site, patrocinado pela empresa Brocade. A peça será criada por uma divisão de conteúdo customizado do jornal, que funciona separadamente da área editorial. Cada anúncio desse tipo será sinalizado com a frase “Conteudo gerado por patrocinador”.

Embora a maioria dos grandes publishers norte-americanos venha adotando a publicidade nativa, a entrada do Wall Street Journal no modelo é significativa, pois mudará a maneira como a publicidade era direcionada no site do veículo. Apesar da área de conteúdo customizado da publicação já ter criado conteúdo especifico para anunciantes, será que a primeira vez que as peças irão dividir o espaço com o conteúdo editorial.

A decisão de adotar o modelo acontece após o spin-off da News Corp. (grupo ao qual o Wall Street Journal pertence) que separou as operações de audiovisual da 21th Century Fox do restante dos negócios impressos. Com a divisão, as receitas do jornal, tanto em território norte-americano como em âmbito global, caíram, o que levou o grupo a buscar alternativas para incrementar os negócios, sobretudo a área digital.

O editor-chefe do jornal, Gerard Baker, estava na Ásia na semana passada e, portanto, não pode dar entrevistas. Por meio de um comunicado, no entanto, ele frisou que a publicidade nativa do veículo está claramente rotulada. “Estou confiante que nossos leitores irão apreciar o que for conteúdo gerado pelo patrocinador e o que for conteúdo feito pelo nosso time global de notícias”, disse.

O líder global de venda de mídia do Wall Street Journal, Trevor Fellows, frisou que não há risco dos leitores confundirem os box de conteúdo patrocinado com as demais notícias do site do jornal. “A audiência deve saber exatamente o que é aquilo que está lendo. Nós sabíamos que queríamos entregar mais estratégias e soluções de conteúdo aos nossos anunciantes. O que ele (Banker, o editor-chefe) absolutamente não queria era colocar algo que não se distinguisse do restante do editorial. E eu concordo com ele”, disse o executivo.

Do Meio & Mensagem
Com informações do Ad Age

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