A mãe com dez braços

Meio & Mensagem
14 de outubro de 2013 - 8h16

Por Bruna Molina

Filme: Milk (Gus Vant Sant)
CD: Cabeça Dinossauro (Titãs)
Livro: O Aleph (Jorge Luis Borges)
Música: Turn, Turn, Turn (Nina Simone)
Lugar: minha casa

Vera Egito, diretora de cena da Paranoid, é formada em cinema pela USP e teve seu trabalho de conclusão de curso exibido no Festival de Cannes em 2009. Começou a trabalhar em publicidade com um projeto junto com a Ogilvy para a Casa Hope. Chamada “Monstrinhos”, a campanha foi criada para estimular as pessoas a ajudar crianças com câncer, que precisam conviver com seus problemas de forma mais esperançosa.

Em relação à variedade de assuntos que podem ser abordados na publicidade, diz que o mais interessante é que, num dia, faz um trabalho sobre textura de chocolate; em outro, sobre roupa; depois, sobre bebês; e assim por diante. Vera gosta da dinâmica que a área exige. “A função do diretor é ficar atento. Em nenhum momento estou desligada, pois tudo pode virar algo para meus projetos”, comenta.

Depois que a filha Glória nasceu, Vera diz que, além de estar mais empenhada no trabalho, a procura por filmes de mãe e filho aumentou. “Sou muito mais focada na questão da maternidade e isso me fez trabalhar mais. O filho te dá um foco, um senso de responsabilidade. Mãe tem dez braços”, revela a diretora, que, um ano após sua licença-maternidade, já fez 12 filmes. Quando pensa nos filmes de publicidade, Vera enfatiza a importância de marcar um caminho a ser seguido. “Quero fazer filmes que tenham personagens. Gosto de vídeos que contam histórias”, constata.

Em um minidocumentário feito para a Pampers, em parceria com a F/Nazca, a diretora captou as reações das pessoas ao saberem que alguém estava grávida. “Tivemos de encontrar uma mulher que ainda não tivesse contado pra ninguém sobre o bebê. Escolhemos uma entre sete grávidas”, lembra. Ficou um vídeo muito delicado, se encanta a mãe multibraços.