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O gol da Copa

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O gol da Copa


10 de julho de 2013 - 12h32

Por Fernando Murad e Jonas Furtado

A Copa das Confederações foi um campo fértil para surpresas. Dentro dos estádios, a disposição mostrada pelos atletas da seleção brasileira — e os resultados, claro — conseguiu virar o jogo da relação com a torcida. Fora, as manifestações em centenas de cidades apresentaram uma nova geração de brasileiros disposta a ir às ruas para exercer seu direito e exigir o compromisso dos governantes com seus deveres.

No meio do caminho, entre os campos e as avenidas, estavam o governo brasileiro, cobrado pelos manifestantes que foram às ruas pelos investimentos — mesmo que indiretos — feitos para a realização do torneio; a Fifa, dona da competição e também alvo de protestos (carros com o logo da entidade máxima do futebol foram apedrejados); e os patrocinadores, que desembolsam milhões de dólares por ano para associar suas marcas ao esporte (algumas estruturas dos patrocinadores localizadas perto dos estádios também foram atacadas).

Apesar da sequência de maus resultados de 2010 para cá, a seleção brasileira continuou valorizada. No primeiro semestre deste ano a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) fechou acordo com Gol, Seguros Unimed e BRF. Agora o rol de patrocinadores soma 12 nomes (a lista inclui ainda Nike, Itaú, Vivo, Ambev, Nestlé, Extra, Gillette, Volkswagen e Mastercard).

No entanto, como a torcida andava às turras com a seleção brasileira e com a própria CBF (a entrada de José Maria Marin no lugar de Ricardo Teixeira na presidência não foi suficiente para aplacar os ânimos), o cenário pré-Copa indicava consumidores menos abertos a receber as mensagens das marcas parceiras do time.

Mas o imponderável, que sempre dá o ar da graça nas pelejas futebolísticas, se fez presente, e a conexão estabelecida entre torcedores e jogadores na execução do Hino Nacional criou um clima ótimo para as marcas. Com o apito final, a taça ficou com o Brasil. Mas, entre as marcas, de quem foi o gol de placa?

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Patrocinador
“Justamente por acreditar no esporte como agente de transformação de uma sociedade e mais especificamente na capacidade do futebol em unir as pessoas, é que o Itaú é patrocinador oficial da seleção brasileira (o banco foi apoiador nacional da Copa das Confederações de 2013 e também tem esse papel na Copa do Mundo de 2014). Nosso envolvimento com essa modalidade começou há mais de 20 anos, com o patrocínio da transmissão dos jogos de diversas competições, como Campeonato Brasileiro, amistosos da seleção brasileira, entre outras. Ao patrocinar a seleção, o que fazemos desde 2008, e atualmente em todas as suas modalidades, incentivamos a principal paixão dos brasileiros, e nesse contexto nos aproximamos de todas as camadas da sociedade de forma bastante democrática. Esse histórico mostra que temos orgulho em patrocinar a seleção, independentemente do momento vivido dentro das quatro linhas. Não apoiamos vitórias, apoiamos o esporte e a seleção nacional. Mas claro que a conquista nos deixou empolgados, seja como brasileiros, seja na figura de patrocinador.” 

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Agência
“No contexto geral, olhando a realidade dos estádios, das ruas e das mídias, todo mundo saiu ganhando. Quem assistiu aos jogos viu como foi fundamental o resgate do orgulho de ser brasileiro. As manifestações resgataram o brio dos jogadores em campo, e lembrou como o futebol é importante para o brasileiro. Não víamos na imprensa, na roda de boteco ou na roda de amigos ninguém falar sobre a seleção. Após a conquista, vimos como mudou. Acabou valorizando. No final do dia, quem sabe se o patrocinador é da Fifa ou da seleção é o mercado. A população está olhando o momento, se está ou não está junto, e estar junto do futebol passou a ser bem significativo. As propriedades estão fortalecidas para a Copa. Havia um clima de muita vontade das marcas, mas também de desconfiança por desconhecer a relação da torcida com o torneio no Brasil. Tivemos momentos de dificuldade, mas o saldo é muito positivo. A relação dos torcedores com a seleção foi um sentimento lindo e um momento único. Olhando para o nosso mercado, ficou clara a importância das agências e dos profissionais locais que têm o conhecimento da estrutura do País. O mercado sai fortalecido com relação com às marcas.” 

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Instituto de Pesquisa
“As marcas que pretendem utilizar a seleção como plataforma de marketing aguardam a Copa do Mundo para ter um momento de alto impacto. A Copa das Confederações, além de um evento-teste para organizadores, foi um excelente laboratório para marcas. Esperava-se que o público abraçasse o torneio e a seleção, mas o que se viu surpreendeu até o brasileiro mais otimista. Fora de campo, o torneio foi marcado pelas manifestações que se iniciaram contra aumentos nas tarifas de ônibus, mas envolveram temas como corrupção, condições precárias de serviços públicos e até a organização da Copa. A população demonstrou ter entendido a diferença entre a seleção e a organização do Mundial. Faixas foram vistas no estádio com dizeres como: ‘Esse protesto não é contra a seleção, mas sim contra a corrupção’. O último mês parece mesmo ter sido o mais positivo possível para a seleção e o mais negativo para a Copa do Mundo. Cabe aos investidores mostrarem que seu apoio à Copa envolve algo maior, como o apoio ao esporte de maneira geral ou a outras áreas de interesse da população; e, aos órgãos públicos, mostrar que os estádios não virarão elefantes brancos, que a corrupção em obras da Copa será investigada e que os culpados serão punidos.”

 

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Agência
“O Brasil passa por um momento de mudança histórico. A população não mais pede, mas exige respeito. As manifestações legítimas transformaram-se em um fenômeno midiático inesperado que dividiu a audiência em época de Copa das Confederações. Dentro de campo, a seleção deu show e junto com ela os torcedores que empolgaram o time, principalmente por berrar o hino nacional em tom de ‘quero ser ouvido, pois amo meu País’. A trajetória futebolística perfeita só trouxe mais emoção de ser brasileiro com muito orgulho e muito amor! Este orgulho pode ser mostrado em números, já que o torneio teve audiência recorde, ultrapassando a da Copa das Confederações de 2009. Mas os telespectadores não ficaram só em casa, a presença nos estádios foi grande, tendo a segunda maior média do torneio. ‘Ôôô o campeão voltou’ é a confirmação que a seleção ‘colou’ novamente no povo brasileiro e vice-versa. Se, por um lado, as críticas foram muitas, por outro, este teste foi uma excelente experiência para o País, os organizadores, o time e, fundamentalmente, para as marcas que puderam praticar e descobrir o que funciona bem e o que deve ser ajustado. A seleção foi dez. O povo brasileiro, mil, e a Copa das Confederações, o meio viabilizador disso tudo.”

 

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