Meio & Mensagem
11 de dezembro de 2012 - 8h30
Por Janaina Langsdorff
O Projeto de Lei 4.571/08, do Senado, é uma das alternativas discutidas atualmente para fechar o cerco aos mandos e desmandos da meia-entrada. Aprovada no último dia 14 de novembro pela Comissão de Educação e Cultura (CEC) da Câmara dos Deputados, a proposta relatada pela deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) limita a concessão de meia-entrada a 40% do total de ingressos. O texto exige também que as produtoras dos eventos tornem público o número total de ingressos colocados à venda, assim como a quantidade correspondente para os usuários da meia-entrada, avisando de maneira explícita o esgotamento desta carga específica de tíquetes.
Os empresários do setor prometem se unir para criar duas entidades representativas, uma voltada para as produtoras de shows e musicais e outra com a missão de defender os interessas das empresas que comercializam as entradas. A movimentação acontece no momento em que os principais players do segmento assistem os seus resultados caírem em cena. A Time For Fun (T4F), líder do mercado, acumula uma queda no valor das suas ações, que, de R$ 17, no último mês de setembro, passaram a valer R$ 10, em novembro – uma das mais fortes desvalorizações do ano na Bolsa de Valores de São Paulo.
A empresa também coleciona problemas com o Procon. Nos últimos dez anos, as autuações expedidas pelo órgão já somam mais de quatro milhões de reais. As irregularidades envolvem desde a falta de meia-entrada e de informações sobre a quantidade de ingressos disponíveis para pré-venda até a cobrança da taxa de conveniência. O debate inflamado pela meia-entrada apresenta a oportunidade do setor ensaiar novas estratégias, uma vez que não só cresceu o número de empresas – entre elas a XYZ Live, de Nizan Guanaes, a IMX, de Eike Batista, e a Geo Eventos, da Rede Globo – como também o volume de shows repetidos, o que torna ainda mais seletiva a decisão de comprar ingressos caros.
O PL nº 4.571/08 ser[a eficaz para reduzir os preços dos ingressos dos shows e moralizar a questão da meia-entrada ? Seja pela força da lei ou pela disposição conciliadora das lideranças do setor, a discussão vale para que ninguém termine vaiado ao farfalhar das cortinas.
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