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SXSW

Vou querer uma salada mista anti-inflamatória, por favor

Onde o futuro da comida e da medicina vão se encontrar


14 de março de 2023 - 11h50

(Crédito: Amanda Schnaider)

Tá cada vez mais evidente e mapeada em dados, a relação que existe entre a nossa dieta, a nossa saúde e as doenças que desenvolvemos ao longo da vida. Estudando a fundo essa relação e como atuar nela, algumas startups tem ajudado a desenvolver soluções onde a comida passa a ter um papel ainda mais ativo e até curativo. Três exemplos que conheci no SXSW.

Faeth Therapeutics é uma biotech contra o câncer focada em reprogramar o metabolismo do paciente através de uma dieta altamente personalizada e elaborada para liberar todo o potencial combativo e curativo. Projetada para privar os tumores dos nutrientes que precisam para crescer, ao mesmo tempo em que fornece suporte nutricional ideal para tecidos saudáveis, o programa Faeth inclui refeições, terapêutica e suporte de nutricionistas. Os ensaios clínicos têm mostrado grandes resultados.

NourishedRx é a primeira plataforma inteligente de mercado Food for Health projetada para promover mudanças na dieta de associados de planos de saúde. Usando AI e ciência comportamental aproxima pacientes em risco de refeições e produtos personalizados de alta qualidade, avalizados por nutricionistas. Trabalhando educação alimentar e acesso a refeições clinicamente adaptadas para as necessidades de saúde dos indivíduos em risco, a plataforma tem sido super eficiente para promover mudança: 70% menos hospitalizações na base e 40% menos gasto com saúde.

Solarea Bio é uma startup de biotecnologia fundada com base na observação de que os micróbios (bactérias e fungos) que vivem naturalmente em alimentos frescos, frutas e vegetais representam um reservatório diversificado e inexplorado de potencial funcional. A empresa montou a maior biblioteca mundial de micróbios derivados de alimentos e uma plataforma para explorar seu potencial genômico no combate à inflamação e outras condições. Com base nesse estudo vem criando combinações curativas que viram capsulas e servem a alimentos medicinais. Imaginem as possibilidades de um negócio como esse no futuro à medida que a tecnologia avança. Acho que vai ser possível levar o potencial funcional desses micro-organismos e substâncias para qualquer coisa que a gente come; enriquecer e turbinar os próprios vegetais numa fazenda, ou quem sabe até permitir a um restaurante oferecer no seu cardápio, um prato com extra dose de ação anti-inflamatória. A comida e a medicina vão andar cada vez mais perto.

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