Foi dada a largada para a maior Copa Feminina de todas

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Opinião

Foi dada a largada para a maior Copa Feminina de todas

Quanto maior a exposição ao futebol feminino, maior será o consumo, porém isso só é possível com o apoio fundamental das marcas


27 de julho de 2023 - 14h45

(Crédito: Nomi2626/shutterstock)

A estreia da seleção brasileira na Copa do Mundo feminina foi marcada pela vitória impecável de 4×0 sobre a seleção do Panamá. Uma estreia maiúscula, em que as nossas meninas mostraram ao que vieram. 

Se você não assistiu ao jogo, recomendo que procure pelos melhores momentos e veja o terceiro gol da Bia Zaneratto, que é basicamente uma obra de arte. Se não for o gol mais bonito dessa copa, será uma grande injustiça! 

Na vitória da seleção, uma jogadora em especial ficou em evidência, trazendo à tona sua história. Ary Borges, autora de 3 dos 4 gols e dona da assistência ao gol maravilhoso da Bia. Se colocarmos o nome de Ary no Google, o que mais vamos encontrar são matérias como: “Conheça Ary Borges”, “Quem é Ary Borges”, “Ary Borges e sua história” e assim vai… 

Mais uma vez, são histórias sendo contadas, para que possamos conhecer melhor os personagens e assim criarmos ídolos. A grande maioria de nós nunca tinha nem ouvido falar da Ary até a última segunda-feira. A curiosidade em saber quem é aquela jogadora tão talentosa cria a necessidade na imprensa em contar quem são os personagens. 

E a exposição é muito bem-vinda. Com a estreia empolgante, o Brasil atraiu mais atenção e despertou interesse de muitos que ainda não tinham entrado no clima de Copa. (Infelizmente ainda estamos distantes do alvoroço gerado pela Copa masculina, mas vamos caminhando um passo por vez…). Nesses dias seguintes à vitória, pudemos ver posts de marcas, ações comemorativas e o começo de pessoas falando sobre isso. O próximo jogo será nesse sábado, então possivelmente veremos um maior engajamento também. 

E os resultados também foram visíveis nos veículos que transmitiram as partidas. Cazé TV bateu o recorde de uma transmissão de jogo feminino, com 1 milhão de pessoas simultâneas em sua plataforma. A Globo bateu 15 pontos de audiência em SP com a transmissão, o que significa um aumento de 88% na audiência do horário. A SporTV que vem transmitindo todos os jogos, também tem experimentado crescimento significativo em suas audiências. 

Todos esses dados provam um ponto que eu sempre insisto quando se trata de futebol feminino: não consumimos aquilo que não temos informação sobre. Quanto maior a exposição ao futebol feminino, maior será o consumo. O espaço dado na imprensa à modalidade precisa ser cada vez maior. Porém isso só é possível com o apoio fundamental das marcas. Nenhum veículo de grande expressão vai dar a visibilidade merecida se não vislumbrar a possibilidade da venda de suas cotas de patrocínio. As verbas de publicidade financiam as transmissões e coberturas e geram cada vez mais o interesse dos publishers. Patrocínios e exposição estão intimamente ligados. 

 E falando em patrocínios, quanto maior o incentivo, maior será a dedicação das atletas ao esporte, pois podem efetivamente vislumbrar um caminho de sucesso. E isso passa também pelo patrocínio às atletas, clubes e federações. Em um exemplo mais recente, Marta recusou propostas de patrocínio, pois os valores estavam muito aquém das cifras pagas aos atletas masculinos. A alegação é a relevância e exposição dela versus a dos jogadores masculinos. Triste realidade. 

Vale ainda lembrar a origem da maioria das jogadoras, assim como os atletas do masculino, que vem de famílias simples e passam nas peneiras do esporte, escapando assim das peneiras do tráfico por exemplo. É uma competição injusta, que para as meninas ainda conta com mais uma pitada de maldade: elas enfrentam episódios de assédios em clubes menores e peneiras iniciais, longe dos holofotes. E insistem no esporte, em busca de uma vida melhor. Muitas desistem pelo caminho, por perceberem que ao chegar ao nível profissional, continuam enfrentando os mesmos problemas das categorias de base: falta de investimento, de estrutura e de reconhecimento. Um paradoxo triste para o esporte, que em tantos casos é responsável por tirar meninas de situações de pobreza e carregar a promessa de um futuro melhor. 

Como Publisher, por aqui repensamos o nosso papel e damos cada vez mais exposição ao futebol feminino. Inclusive lançamos um novo canal, o INDIVISA Brasil, para garantir a exposição que o esporte merece.  

E falando em atenção, no próximo sábado, 7h da manhã teremos novamente nossa seleção em campo, dessa vez em um jogo que promete, contra a seleção francesa. Vamos fazer nossa parte, vestir a camisa e torcer pelas nossas meninas? 

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