Austin, palco perfeito da vida moderna

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Austin, palco perfeito da vida moderna

Cidade lança tendências contemporâneas ano a ano no intenso SXSW, que se encerrou neste domingo, 17


18 de abril de 2013 - 9h10

Por Rodrigo Vieira da Cunha*

O segundo ano em um festival intenso como o SXSW – que se encerrou neste domingo, 17 – é sempre mais fácil. Principalmente de entender, perceber as conexões que se formam nas entrelinhas da massiva quantidade de informações. Navegar bem pela imensa quantidade de palestras e eventos é uma arte, principalmente a de lidar com a sensação de estar sempre perdendo algo. Isso é inevitável, mas com boas conversas – e isso está cheio em Austin – dá para se captar rapidamente o zeitgeist da conferência. 

O SXSW é uma grande disputa por espaço. A boa nova é que no mundo digital parece ter espaço para todo mundo – ou pelo menos para quem tiver e conseguir executar uma boa ideia. A cidade fica repleta de ativações que buscam encontrar repercussão entre os principais canais que cobrem o evento, uma grande competição entre centenas de novos apps. De um ano para o outro, alguns ganham mais espaço, como o Highlight, que começa a ganhar corpo com uma rede de usuários mais ativa. E outros se consolidam de maneira definitiva. Como, por exemplo, o Foursquare. Durante sua palestra, o CEO Dennis Crowley contou que existem 15 milhões de pontos de interesse marcados na ferramenta, sendo que destes, um milhão são lugares “oficiais” (sem incluir residências de pessoas, por exemplo). Crowley disse que estão focando cada vez menos na mecânica de badges e cada vez mais em mostrar os melhores lugares ao redor de cada pessoa. Uma missão com altas chances de sucesso.

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Em meio à infinidade de possibilidades que se apresentam na internet, é interessante ver um modelo de negócios se consolidando a partir de uma escolha, mas principalmente da criação de utilidade para as pessoas. Neste sentido, o exemplo do BuzzFeed é muito relevante nesta visão. O que eles fazem é organizar a informação disponível na internet basicamente em pequenos pedaços que se tornam virais.

O fundador do site Johan Peretti, ao final, apresentou uma lista de elementos que ajudam os conteúdos a serem espalhados. São ensinamentos básicos como cuidar do contexto emocional da mensagem, ajudar as pessoas a reforçarem suas identidades por meio do compartilhamento e, muito importante, capturar o momento. Apesar de criticado muitas vezes por usar e abusar dos posts de animais (que são altamente compartilháveis, por sinal), Peretti mostrou como o BuzzFeed está se posicionando como um veículo extremamente inovador e marcante na cultura digital.

Recentemente, um jornalista com passagem por veículos importantes se juntou ao BuzzFeed e o site começou a furar veículos tradicionais como CNN e New York Times na cobertura política, inclusive, aproveitando o alto nível de compartilhamento das pessoas que acompanham o canal. Além disso, o BuzzFeed tem feito peças muito eficientes com uma visão de advertorial, ou publieditorial, como é conhecido no Brasil. São conteúdos criados pelo canal para as marcas lançarem produtos, sempre com a visão de criar conteúdos de qualidade, que sejam facilmente compartilháveis. “A era digital trouxe a chance de fazer os anúncios voltarem a ser incríveis”, diz Peretti. Vejo este canal e a maneira como criam conteúdo com um grande potencial de posicionar o jornalismo e a publicidade de uma maneira diferente nesta era digital, quando os modelos tradicionais da indústria estão em cheque e passando por um período forte de transição.

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Em meio ao mar de painéis que acontecem ao mesmo tempo, neste ano resolvi focar nas maiores palestras. Abri mão de encontrar possíveis palestras inovadoras e escondidas, mas preferi ficar atento às grandes conversas e tendências que o time de curadores do SXSW conseguiu apresentar este ano.

Além dos destaques que citei, chamo a atenção ainda para o keynote com Elon Musk. Ele é tido como o Henry Ford dos tempos modernos pela contribuição disruptiva que trouxe para quatro diferentes indústrias: a) Paypal, reinventando o mercado financeiro; b) Tesla, reinventando os carros elétricos; c) XSpace, reinventando os vôos de foguete e d) SolarCity, em busca de um modelo mais eficiente de geração de energia solar.

Vale ainda falar de Julie Urhman, que inventou um novo console de videogame que custará US$ 99 e foi totalmente viabilizado por mais de US$ 1 milhão levantados pelo kickstarter. O fato de ela ter sido convidada a fazer um dos cinco keynotes do SXSW deixa muito clara a grande celebração da tecnologia e das possiblidades da vida moderna que é o SXSW. Não se trata de digital, música ou filme. Trata-se de uma congregação de mentes criativas que certamente estão transformando o mundo bit por bit. Ao mesmo em que se divertem bastante na agradável e vibrante Austin.

(*) Rodrigo Vieira da Cunha é sócio-fundador da Profile, ligado a O Grupo, holding de empresas da qual também fazem parte LiveAD e Box1824. Ele esteve em Austin e escreveu como colaborador para Meio & Mensagem.
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Leia mais a respeito do SXSW 2013 a partir dos textos de cobertura da equipe da LiveAD (que colaborou com Meio & Mensagem). Ao lado dos artigos estão os nomes dos colaboradores:

Dez razões para se arrepender de não ter ido ao SXSW – Keke Toledo Piza

– Qualquer pessoa guarda um hacker dentro de si – Tiago Pereira

De que fonte você bebe? Cannes ou SXSW? – Mauro Silva

– O primeiro dia da primeira vez – Aline Rossin

– Bem-vindos ao SXSW 2013 – Lucas Mello

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