Internet em casa dobra em quatro anos no Brasil

Meio & Mensagem
31 de maio de 2012 - 11h21

O acesso doméstico dos brasileiros à internet dobrou nos últimos quatro anos e alcançou 38%, revela a mais recente edição da Pesquisa TIC Domicílios 2011, realizada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br). Em 2008, o número de domicílios conectados correspondia a 18% do total. Nas áreas urbanas, 43% dos domicílios têm acesso à web. De acordo com Alexandre Barbosa, gerente do Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (CETIC.br), os novos indicadores “certamente [foram] movidos por várias ações, como o Plano Nacional de Banda Larga, seja pela atuação do mercado, por meio das empresas que fornecem acesso”.

O crescimento, contudo, ainda não acompanha a curva mundial. O Brasil ocupa a 81a posição no ranking global de acesso à web, atrás de países como Sérvia, Arábia Saudita, Armênia e Ucrânia, por exemplo. Em 2010, o Brasil ocupava a 78a posição. Os maiores desafios da conectividade brasileira é oferecer acesso em regiões ainda pouco conectadas, como norte e nordeste brasileiros.

O custo elevado ainda é o principal motivo que impede a conexão (48%). Na sequência vem a falta de disponibilidade do acesso na área (25%) e o fato de que já é possível acessar a rede em outros lugares (18%). Pagam de R$ 41,00 a R$ 60,00 por mês pelo acesso à internet 30% dos usuários brasileiros. Os que pagam até R$ 40,00 representam 22% do total da população conectada. O Brasil ocupa a 96a posição mundial no ranking de preço pelo acesso.

O tipo de conexão mais popular entre os que têm acesso à rede é a banda larga fixa, que chega a 68% dos domicílios, valor que se manteve relativamente estável nos últimos três anos. Na sequência, os modems 3G, que correspondem a 18% dos domicílios. O acesso discado representa 10% dos modos de conexão e, pela primeira vez, a banda larga móvel (3G) ultrapassou o acesso dial up.

Um dos destaques da Pesquisa TIC Domicílios 2011 é o acesso à internet via mobile, que chegou a 17% entre aqueles que utilizaram telefones celulares nos últimos três meses. Em 2010, apenas 5% dos proprietários de aparelhos celulares os utilizaram para acessar dados. O principal uso de celulares, no entanto, continua sendo realizar chamadas telefônicas, com 99%. “A pesquisa releva que as novas tecnologias moveis avançam de forma considerável, o que sugere uma mudança no comportamento do cidadão que busca acesso a estas tecnologias a todo tempo e em qualquer lugar”, afirma Barbosa.

A Pesquisa TIC Domicílios foi realizada em 317 municípios brasileiros, em uma amostra de 25 mil residências. A coleta foi feita pelo Ibope Inteligência, entre outubro de 2011 a janeiro de 2012. Os resultados da pesquisa foram apresentados nesta quinta-feira, 31.