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Comunicação

8 lições que aprendi em nosso primeiro ano sem CCO

Ou: como voar em uma indústria cheia de gente tentando se tornar a próxima “lenda criativa”


11 de novembro de 2019 - 15h59

Por Matt Creamer, criativo da Forsman & Bodenfors Nova York, para o Advertising Age

(Crédito: Divulgação)

Um ano atrás, a Forsman & Bodenfors se fundiu à KBS, juntando uma agência intensamente nova-iorquina em uma profundamente sueca. Houve mudanças superficiais. Por exemplo, as salas de conferência que uma vez foram batizadas com nomes de velhas casas noturnas do SoHo (destruídas pela gentrificação) agora têm nomes de músicas do Abba (que ainda destroem fones de ouvido). Em nível mais profundo, significa que mudamos para uma estrutura menos hierárquica. Meu colega chama isso de “adjacente socialista”. Prefiro “canto anárquico diagonalmente oposto”. De qualquer forma, é divertido.

Uma das maiores mudanças é que não trabalhamos mais sob um chief creative officer. Embora os escritórios suecos tenham sempre operado desta maneira, é uma abordagem de trabalho que voa na cara de uma indústria cheia de pessoas que estão constantemente tentando ser reconhecidas como “lendas criativas”.

Em vez de um chefe criativo, há cinco de nós que comandam e guiam a criatividade juntos em Nova York. Isso mudou tudo sobre o modo como trabalhamos.

Aqui vão oito observações sobre o ano passado:

Todo mundo é empoderado e responsável. Sem camadas sobre camadas de cargos, podemos dar aos nossos funcionários e equipes a liberdade e a responsabilidade para ir de um assunto ao outro. Não há concorrências em que os times competem por trabalhos ou ganham sobre os (possivelmente pequenos) méritos de terem escrito um roteiro engraçado. E não há corpos jogados sobre problemas. Se você está no briefing, cabe a você descobrir.

“Se você está no briefing, cabe a você descobrir.”

Podemos ser mais rápidos e mais iterativos. Em um ambiente sem CCO, os profissionais podem usar melhor seu tempo. Não ficam esperando aprovação – ou detonação – lá de cima. E para nós que conduzimos a criação, a mensagem é clara: se não está no trabalho, saia da frente.

Sem apelos para o ego. Não estamos tentando atingir o nervo cômico de uma pessoa ou, pior, caçando alguma piada não-escrita, não-imaginada da fábrica mental de risadas dele ou dela. Da mesma forma, não estamos esperando que aquela pessoa seja heroína e salve o dia. Todo mundo tem essa missão.

“Da mesma forma, não estamos esperando que aquela pessoa seja heroína e salve o dia. Todo mundo tem essa missão.”

Discussões melhores sobre trabalho. Para obter aprovação de um chefe criativo, todo mundo precisa mostrar seu trabalho a pessoas de fora do time. Chamamos esse corpo coletivo de conhecimento de “O Chão”, e é uma ótima forma de conseguir considerações de pessoas com diversas experiências e visões de mundo. O feedback delas não vem de um ponto de vista de uma disciplina específica de agência, mas de uma perspectiva de um humano na Terra em 2019.

Mais vozes são ouvidas. Sem chefe de criação, não há alguém para chupar o oxigênio da sala. Isso é libertador – e também revelou a necessidade de popular a agência com vozes mais altas e perspectivas mais fortes. Essa atitude é algo que sentimos em entrevistas.

Títulos não fazem de você um líder. Todos os dias, todos na companhia demonstram qualidade de liderança ao oferecerem conselhos e apoio, dando exemplos e tomando decisões – estejam ou não em um papel de liderança.

O estilo de uma casa é não ter um estilo. Não estamos tentando fazer um tipo particular de trabalho. Estamos apenas tentando descobrir o que faz mais sentido para cada desafio individual.

“Todos na companhia demonstram qualidade de liderança ao oferecerem conselhos e apoio, dando exemplos e tomando decisões – estejam ou não em um papel de liderança.”

Escritórios locais são realmente empoderados. Cada um de nossos escritórios consegue ter propriedade sobre esta forma de trabalhar – são livres para editar, refinar ou reimaginar a abordagem conforme enxergam sentido. São 600 pessoas trabalhando juntas para tornar o trabalho o melhor possível.

Não vou fingir, nem por um momento, que o resto da indústria vai abolir a função de chief creative officer. Também não posso fingir que nossa forma de trabalhar é perfeita. Porém, sugeriria humildemente que qualquer agência ou empresa criativa encontre caminhos para garantir que mais vozes sejam ouvidas como parte do processo criativo. Para que a publicidade como negócio se torne menos top-down e mais colaborativa e inclua diferentes pontos de vista.

Crédito da imagem no topo: SergeyNivens-iStock

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