Mídia
AfroReggae ganha aporte em produtora
Luis Erlanger, ex-Globo, está entre os novos sócios do braço audiovisual de ong carioca, que já tem 13 projetos em produção
Luis Erlanger, ex-Globo, está entre os novos sócios do braço audiovisual de ong carioca, que já tem 13 projetos em produção
Teresa Levin
12 de fevereiro de 2016 - 9h19
Um novo horizonte se aproxima para a produtora AfroReggae Audiovisual, que tem como sócia majoritária a ong carioca AfroReggae. A empresa começa 2016 com o reforço de três executivos Sérgio Sá Leitão (ex-BNDES, ex-secretário municipal de cultura do Rio e ex- presidente da RioFilme) assume como CEO da produtora e Christian de Castro (sócio-fundador da consultoria Zooks) é o novo CFO. Além deles, soma-se ao grupo – que tem José Júnior, fundador do AfroReggae, como CCO – o executivo Luis Erlanger, ex-Globo, que além de sócio investidor torna-se diretor de projetos.
O novo time se tornou possível após um projeto de consultoria desenvolvido por Sá Leitão e Castro. Um business plan indicando os potenciais da produtora e do mercado audiovisual brasileiro foi apresentado, em busca de apoio. O projeto conquistou aporte de um grupo de investimento de pessoas físicas capitaneado pelo ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, do Gávea Investimentos; e do Funcine Investimage 1, comandado por Thierry Perrone (que já fez aportes no ano passado em produtoras como Glaz, Bossa Nova e Oca).
“O momento representa um reposicionamento da empresa e a entrada dos investidores permite dar um salto de qualidade e capacidade de produção, que aumentam consideravelmente”, diz Sérgio. A AfroReggae Audiovisual começa 2016, portanto, com 13 projetos entre séries e longas-metragens já negociados com canais de televisão e distribuidoras. O primeiro deles, que tem o título provisório de No Rastro do Crime, está previsto para estrear em março no Mais Globosat, que, além de exibir a série, é coprodutor. É um doc-reality sobre a ação de delegacias especializadas da polícia do Rio de Janeiro. O projeto começa acompanhando uma missão da Core, área especial da polícia civil, para prender um chefe de tráfico, desde o processo de investigação até a captura.
Também já está em andamento uma série de ficção para TV fruto de uma coprodução com a Gulane Filmes e um longa-metragem que também se desdobrará em série e já tem duas temporadas contratadas pelo Multishow. Chamada Divisão Anti-Sequestro, mostrará o que aconteceu nos anos 1990, quando houve um boom de 300 sequestros ao ano no Rio. O longa-metragem, que é um thriller, já tem distribuição garantida pela Downtown Filmes e a estreia está prevista para o primeiro semestre de 2017.
Não é a primeira aventura de José Junior no Multishow, onde apresentou sete temporadas do Conexões Urbanas. No programa se aventurou entre comunidades do Brasil e também discutiu problemas de segurança pública. Nessa trajetória, já foi desacreditado por seu envolvimento com a polícia, como já entrevistou um dos traficantes mais procurados do Rio, Celso Pinheiro Pimenta, o Playboy. Iniciar a nova fase da Afroreggae Audiovisual com duas séries policiais não parece, por outro lado, um problema. “José Junior é um empreendedor social e um mediador de conflitos. Ele entende e valoriza o trabalho da polícia, mas não aceita os excessos”, afirma Sérgio. “Seu projeto de vida é promover a paz e o desenvolvimento nas favelas e periferias. Muitos projetos da produtora focam o realismo social, abordando todos os lados das questões retratadas.”
Entre outros projetos que a empresa já está anunciando, está um acordo de coprodução da série Cidade Cerzida e do documentário No Fio da Navalha com o Canal Brasil. Deve ir ao ar no segundo semestre de 2016. Além dessas iniciativas, a AfroReggae Audiovisual montará uma área voltada para a produção de vídeos institucionais e branded content. A ideia é aproveitar o relacionamento sólido que a ong criou com alguns anunciantes ao longo de seus 23 anos de atividades. “Apesar da crise, o mercado audiovisual está em crescimento no Brasil há alguns anos”, justifica o Sérgio. “No cinema, por exemplo, os números de janeiro foram os melhores da história em termos de público e renda. E janeiro é o melhor mês para o segmento cinema. São números que justificam a ousadia dos investidores.”
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