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Produtoras criam alternativas para manter trabalhos

Executivos da Apro, Stink, Café Royal e Prodigo Films apontam soluções como uso de animação e banco de imagens, além de filmagens remotas e renovações


2 de abril de 2020 - 13h53

Marianna Souza, presidente da Apro (Crédito: Divulgação)

Prestes a completar três semanas de isolamento social, as produtoras têm investido em soluções para não interromperem a produção de filmes no mercado nacional. O uso de técnicas de animação, de imagens de bancos e,  ainda, a realização de filmagens a distância, através de aplicativos como o Zoom, são apontados como caminhos adotados por players do mercado, segundo empresas como Stink, Café Royal e Prodigo Films, e também a presidente da Associação Brasileira de Produção de Obras Visuais (Apro), Marianna Souza. A renovação da veiculação de comerciais que já saíram do ar, mas ainda têm sentido nas estratégias de comunicação das marcas, também desponta como alternativa.

“Estamos vendo de tudo, diretores dirigindo por Zoom, atores filmando com seus celulares, o uso de drones, de bancos de imagens. A publicidade brasileira sempre foi reconhecida pela criatividade, é um momento desafiador, sem dúvida, mas talento e criatividade temos de sobra”, avalia Marianna. Em sua visão, já há uma percepção clara da mudança de formatos de filmes que estão sendo veiculados, até porque, agora, os orçamentos são inferiores. “E ainda há toda a restrição de possibilidades de produção. Apesar disso, será um momento para os clientes repensarem várias coisas, sobretudo a linguagem estética. Vamos ver filmes mais documentais no ar, mais realistas”, acredita.

Ingrid Raszl, managing director da Stink Films, ressalta que é importante ter em vista que a criatividade não se limita ao live action e, em momentos como o vivido agora, o talento e a ousadia em encontrar alternativas visuais para contar uma história se sobressaem. “O networking da Stink sempre dialogou com diferentes plataformas, combinando um craft meticuloso com narrativas que abrangem diversos tipos de linguagens e técnicas”, diz. A produtora tem na história dois filmes premiados em que utilizou apenas stock footage. Um deles é Endless Stories, criado pela AlmapBBDO. “Foi produzido por nós para Getty Images, com direção do Squarehead, e foi um dos filmes mais premiados de 2018. Só usamos banco de imagens da Getty Images. Sem querer, temos nosso balão de ensaio e sabemos que dá para fazer”, pontua. Entre as soluções que a produtora tem mirado está a busca de recursos como produção criativa digital in-house, incluindo animação, motion graphics e design, imagens de arquivo/banco de imagens; UGC;  direção remota e/ou live-action (em mercados selecionados onde as legislações locais permitem).

Para se manter na ativa, a Café Royal conectou seus parceiros ao redor do mundo em países como Estados Unidos, Argentina, Chile e Inglaterra. “Todos capacitados a produzir conteúdo e cenas em suas casas. É uma rede de fotógrafos, diretores e produtores que nos mostram  caminhos para os novos tempos que vivemos”, afirma Moa Ramalho, sócio e produtor executivo da Café Royal. A Café é uma das produtoras que aposta na produção de filmes de forma remota, comprando imagens e buscando novas linguagens. “Já produzimos três filmes durante a quarentena, com toda a equipe trabalhando remotamente. Enviamos para as casas dos personagens alguns equipamentos, como laptops, microfones e câmeras, totalmente esterilizados e desinfetados por enfermeiros treinados. Seguimos todos os protocolos das autoridades de saúde”, assegura.

Criatividade

A criação das agências desponta como área fundamental no atual cenário, aponta Francesco Civita, sócio da Prodigo Films. “Vai ter bastante falso otimismo agora, mas não acho que tem muita solução. Depende muito da criação das agências”, diz. Cesco observa que existe, sim, a opção de fazer animação, computação gráfica e filmes cartelados. “Agora, não são filmes interessantes, têm limitação, mas temos algumas coisas que funcionam nesta linguagem”, afirma. A renovação de filmes que saíram do ar e, ainda, a venda de cenas e não comerciais apresentam-se como possíveis caminhos. “As agências podem lembrar de cenas de filmes para clientes específicos e usar em outros, assim temos a possibilidade de vender cenas e não só filmes”, explica.

Moa, da Café Royal, frisa que este é um momento delicado em que é preciso ter ética e usar a criatividade ao mesmo tempo. “Nunca foi tão importante estar conectado com as marcas, agências e parceiros. Inventamos formas de continuar atendendo as necessidades dos clientes, com novos formatos, afinal, o ato de contar histórias nunca poderá ser limitado por um formato ou pela falta dele”, diz. Nunca foi tão importante o trabalho do outro: “O momento é um convite real para entender a importância do outro e nos filmes não poderia ser diferente. Hora de reciclar e de ressignificar processos”, diz. Para Ingrid, da Stink, é até  irônico pensar que este momento é de alto consumo de conteúdo em telas. “Todo mundo está plugado e em busca de bons conteúdos. Diante disso, as marcas devem sentar para rever o que faz sentido neste momento”, avalia.

 

 

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