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A era do streaming

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Ponto de vista

A era do streaming

Com a ascensão do streaming vemos a emergente e irreversível perda dos espaços publicitários, como estávamos, anteriormente, habituados a dispor


15 de julho de 2015 - 9h23

Assertividade é o que todos buscam. Principalmente se falamos de planejamento de mídia. Neste caso, portanto, não temos a prerrogativa de agir com base nas tentativas de acerto e erro: hoje não nos é permitido ser “experimentais”. Temos que ser assertivos.

Essa inquietação e constante busca por assertividade nos leva a observar, com afinco, os atuais comportamentos de consumo de mídia. E é justamente aqui que vemos o despontar de uma nova era: “a era do streaming”. Ela se torna muito mais poderosa do que a era do “on demand”, – esta que já acostumou os consumidores a armazenarem, comprarem e acessarem seu conteúdo preferido na hora que melhor lhes convier – já que “live streaming” possibilita o consumo de conteúdo midiático na sua transmissão ao vivo, ampliando as escolhas e as oportunidades dos consumidores.

Como conceito que remete ao “fluxo”, a palavra stream no domínio da tecnologia, sugere um fluxo de dados ou conteúdos multimídia, hoje extremamente popularizado na sua ligação com as diversas empresas que compõem um dos mercados que mais crescem no mundo: o de streaming de mídia. A oferta de serviços on demand com armazenamento de conteúdos diversos, possibilitando a escolha, por parte do usuário, do que quer ouvir ou assistir, na hora que quiser, sem a interrupção de publicidades e por um valor fixo relativamente baixo, lançam um desafio às marcas, à publicidade e ao planejamento de mídia, visto que a inserção de conteúdo publicitário é bem mais difícil e onerosa em um meio mais circunscrito para as ações comerciais.

O sucesso do consumo por streaming hoje é tão grande que tem reconfigurado até mesmo a oferta dos meios que se pautam no consumo em real time. Os serviços de streaming de música, por exemplo, representam mais de 50% do faturamento das vendas digitais, sobrepujando até mesmo as lojas de download de músicas. Muito embora, em seu modelo de negócio, uma parte do faturamento dos streamings de música ainda venha da publicidade, através de banners da rede de display do Google, e também da veiculação nas telas dos usuários de planos Freemium.

Outras empresas, além do espaço de mídia, acabam (assertivamente!) estabelecendo parcerias com diversas marcas para a veiculação de campanhas tanto em formato display quanto spots. Mas não param por aqui: ofertam conteúdos customizados para o consumidor. Algumas empresas, inclusive, disponibilizam a opção para que marcas criem playlists para o público, proporcionando conteúdo baseado em seu ethos. Neste caso, em forma de música, numa profícua tentativa de reforço de sua identidade através da música.

O fato é que, com a ascensão do streaming e a opção de visualização ou escuta posterior da programação, vemos a emergente e irreversível perda dos espaços publicitários, como estávamos, anteriormente, habituados a dispor. E o que é mais desafiador agora: a reprodução de conteúdos, que são normalmente protegidos por direitos autorais, é feita por streaming sem violar nenhum desses direitos, o que torna o serviço realmente similar com o rádio ou a tevê aberta. Assim sendo, a assertividade no planejamento de mídia começa a nos exigir muito mais do que a mera revisão das métricas relacionadas à audiência – por ponderarmos a dispersão do conteúdo na web, precisamos ser assertivos nas formas de inserção comercial em serviços (cada vez mais abundantes) voltados para comodidade do consumidor, seja este um telespectador ou um ouvinte de rádio.  

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