Curadoria da informação
Mensagens instantâneas, redes sociais e e-mails podem ser um grande buraco negro
Mensagens instantâneas, redes sociais e e-mails podem ser um grande buraco negro
Chieko Aoki
5 de dezembro de 2014 - 11h36
Quantas vezes você foi interrompido por uma mensagem no celular enquanto lia o jornal, um livro ou se dedicava a outras atividades? Dedicar atenção a um assunto e sair da superficialidade são tarefas difíceis com tantos estímulos, o que pode diminuir nossa capacidade de concentração e, consequentemente, de aproveitamento da riqueza de conhecimento que podemos absorver. No ambiente de trabalho ou na vida pessoal, as mensagens instantâneas, redes sociais e e-mails podem ser um grande buraco negro, que drena seu tempo e sua mente.
A evolução da tecnologia nos proporciona um acesso cada vez mais fácil e constante a informações, oferecendo uma valiosa oportunidade de multiplicar conhecimentos e enriquecer nossa bagagem cultural. Mas, para utilizarmos em nosso favor a avalanche de notícias, mensagens, e-mails, vídeos e atualizações, precisamos não apenas ser receptores desses estímulos, mas curadores de informação.
Temos que aproveitar esse insumo para aperfeiçoarmos nosso pensamento crítico e não apenas para sabermos muitos fragmentos de novidades. Conhecimento solto, sem contexto, aprofundamento e utilidade prática, é vazio e não agrega à nossa bagagem. Não é uma tarefa fácil, mas eleja os assuntos que são de fato relevantes para você, de acordo com seu trabalho, seus hobbies e interesses. E tenha foco! É claro que não precisa se restringir a estes tópicos, mas reserve a eles momento e atenção especiais.
Organizarmos nosso dia para termos momentos dedicados a cada fonte de informação é uma forma interessante de não nos tornarmos apenas “devoradores de manchetes de jornal”. Como diz Clay A. Johnson, autor do livro “A Dieta da Informação”, indicado por um amigo do turismo: “nós não dizemos que uma pessoa obesa está sofrendo de food overload; não é culpa da comida. O frango frito não está ‘se comprando’ sozinho nem voando até a boca das pessoas”. Ou seja, não podemos nos colocar na posição de vítimas da realidade conectada.
Esse momento de overdose talvez seja uma fase de adaptação à realidade da sociedade tecnológica. À medida que amadurecermos nossa relação com esse universo, que ainda é tão novo, desenvolveremos uma visão mais crítica sobre o que é compartilhado e conseguiremos analisar com maior racionalidade que tipo de dado é de fato útil e qual o momento de consumi-lo. Estamos no momento da popularização do consumo consciente de recursos naturais e creio que, em um segundo momento, esse conceito também abrangerá o consumo de informação, para que seja uma prática saudável.
Em meu dia-a-dia repleto de compromissos, ter disciplina na administração das informações é essencial para organizar a rotina, dar atenção a assuntos urgentes, temas que podem impactar nos negócios e também ter tempo para o lazer. Sem esta gestão, eu seria consumida pelos muitos e-mails, mensagens, notícias e ligações.
Analise o que você leu no dia de hoje, veja o que realmente proporcionou enriquecimento aos seus conhecimentos ou bons momentos de diversão e o que não teve utilidade. Redefina seus parâmetros de seleção nos próximos dias e note que sua produtividade e memória melhorarão. Chegará sua hora de valorizar a qualidade e não a quantidade. Pense nisto!
Chieko Aoki é presidente da rede Blue Tree Hotels
Compartilhe
Veja também
Nike e NFL renovam parceria de materiais esportivos até 2038
Parceria reforça expansão global do esporte, além do desenvolvimento e capacitação dos atletas
As collabs mais inusitadas – e estratégicas – de 2024
Bauducco e Cimed, Risqué e Doritos e Boticário com Paçoca Amor são algumas das parcerias que geraram produtos para captar a atenção dos consumidores de diferentes universos ao longo do ano