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Os bons são maioria

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Ponto de vista

Os bons são maioria


15 de julho de 2011 - 3h27

Se você fosse o chefe e tivesse que contratar, o que escolheria: uma-ótima-pessoa-com-resultados-médios ou um super-executivo-déspota-que-entrega-resultados?
Não se preocupe em acertar a resposta. O importante não é acertar, mas entender se a sua resposta é igual à da empresa em que você trabalha.
Observo uma grande inconsistência entre o discurso e a realidade de algumas empresas que dizem valorizar as pessoas ao mesmo tempo em que toleram e promovem verdadeiros psicopatas pelos seus resultados.
Aí ficam todos sem entender as regras do jogo.
Se naquela entrevista de emprego com o cidadão pelo menos te falassem: “Olha meu amigo, aqui o que vale é o resultado. Não quero nem saber o que você faz pra chegar lá…”, tudo bem. Mas isso raramente acontece.
Uma das maiores multinacionais brasileiras é do tipo que incentiva resultados a todo custo. Se precisar pisar no pé e enfiar o dedo no olho do vizinho, tudo bem. Eles crescem como poucas empresas, pagam muito bem, mas eu não trabalharia lá por nada nesse mundo.
Não acredito que um ambiente cheio de maníacos seja sustentável. Afinal, são poucas as pessoas de bom senso que aceitam passar o dia todo levando pancadas.
Um amigo viu isso acontecer de perto na sua empresa e jurou que não foi nada bonito. Ele conta que no departamento de marketing tinha mais gente tomando anti-depressivos do que comendo M&Ms. As crises nervosas no intervalo de reuniões tornaram-se comuns, etc, sem falar na debandada dos melhores profissionais.
A maioria das pessoas que sobreviveram só se recuperaram muito tempo depois do sádico gerente ter sido promovido e expatriado para “maiores desafios” (tradução: aterrorizar outras vítimas no Hemisfério Norte).
Quem saiu perdendo foi a empresa, pra variar.
Se por acaso você encontrar um deles no seu caminho, muito cuidado (e prepare-se para atualizar seu CV)!
A boa notícia é que isso é cada vez mais raro.
As melhores empresas já entenderam que esse tipo de profissional não ajuda em nada e começaram a se livrar deles. Mesmo na crise. Mesmo com toda a pressão pelos resultados.
Por isso acredite: os bons são a maioria.

Ricardo Fort é diretor global de marcas da Danone Paris

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