Mauro Segura
30 de outubro de 2013 - 1h36
Definitivamente as mídias sociais entraram na rotina das famílias, especialmente naquelas com muitos adolescentes. Os pais já descobriram que precisam entrar na onda para conversar e se relacionar com seus filhos.
Uma pesquisa realizada nos EUA, e publicada em julho desse ano, apresentou algumas conclusões incríveis. Por exemplo: sete entre cada dez pais estão usando as mídias sociais para se comunicar e se relacionar com seus filhos. Aos poucos, o Facebook e o Twitter vão substituindo as salas de jantar (infelizmente não encontrei detalhes e a fonte dessa pesquisa, apesar de ter sido divulgada por alguns veículos confiáveis).
Não é preciso pesquisa para verificarmos que a juventude curte a comunicação digital, que adora manter diversas conversas simultaneamente, muitas vezes em plataformas e meios diferentes, com frases curtas e em qualquer momento do dia. Muitos pais já constataram isso e descobriram que precisam se ajustar a esse comportamento. As mídias sociais são um belo canal nesse contexto.
O interesse dos pais em se conectar aos filhos nas mídias sociais tem três principais razões:
– se relacionar com os filhos no ambiente que eles frequentam rotineiramente;
– verificar com quem os filhos estão se relacionando;
– avaliar a reputação e imagem online dos filhos, ou seja, de que forma eles se comportam no universo online.
Em resumo: relacionamento, reputação e segurança estão por trás desse movimento dos pais na web.
A pesquisa apontou que um entre cada dez pais não tem chance de ter conversas de valor com seus filhos durante uma típica semana.
Sessenta e dois por cento dos pais pesquisados declararam que verificam o que seus filhos estão “curtindo” pelo menos uma vez ao dia.
Oitenta por cento dos pais que ficam de olho na vida online de seus filhos dizem que isso ajuda muito no relacionamento com eles, pois permite conhecer hobbies, interesses, preferências e outros costumes e desejos que nem sempre são evidentes ou conhecidos. Ou seja, as mídias sociais são um tremendo dedo duro. Conscientes ou não, os jovens vão deixando rastros na internet que permite aos pais conhecê-los melhor. Mas não só os pais…
Ironicamente, 98% dos pais admitiram que não querem realmente ser “amigos” ou “seguidores” de seus filhos nas redes sociais, mas essa foi a forma que eles encontraram para obter dos jovens uma resposta mais rápida do que precisam.
A pesquisa alerta o quanto é importante que os pais estejam antenados a respeito da tecnologia e das ferramentas sociais usadas pela nova geração. Mães e pais espertos conseguem se manter muito mais conectados com seus filhos do que os pais desatualizados tecnologicamente.
Embora a comunicação frente a frente seja a mais valiosa para o relacionamento familiar, é inquestionável que vivemos numa nova era e que os pais têm que entrar na onda. Entrar na discussão se os relacionamentos via mídias sociais são genuínos ou verdadeiros me parece uma perda de tempo. Ir onde os filhos estão é o que interessa aos pais. Isso faz parte da evolução.
Uma outra pesquisa também divulgada em julho de 2013, feita pela Brigham Young University (BYU), de Utah (EUA), reforça os pontos acima. A conclusão é que os pais não podem se intimidar ao procurarem os filhos via mídias sociais. No entanto, afirma claramente que ser amigo do seu filho no Facebook não significará que você terá um maravilhoso relacionamento com ele. É apenas uma forma, em um conjunto de ferramentas, que os pais podem usar para se conectar com seus filhos adolescentes. Obviamente que não é esperado que os pais postem fotos embaraçosas de seus filhos ou façam comentários íntimos ou inapropriados, isso poderia constrangê-los e até afastá-los. Os pais têm que ter desconfiômetro.
Mas o estudo apresentou uma surpresa. As mídias sociais em geral, independentemente do uso dos pais, podem também gerar comportamentos negativos nos jovens. E foi isso que o estudo identificou nos adolescentes que usam mídias sociais de forma intensa (mais de oito horas por dia) ao apresentarem evidências de um comportamento de agressividade e depressão.
A pesquisa da BYU diz que metade dos jovens pesquisados tem conexões nas mídias sociais com seus pais. No entanto, apenas 19% desse grupo disseram que tem interações com seus pais nas redes várias vezes no mês, enquanto 16% afirmaram que usam as redes com seus pais diariamente.
Veja o press release da pesquisa.
E veja o estudo completo.
E você? Vai me perguntar se sigo ou sou amigo dos meus filhos nas mídias sociais?
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