Batekoo reforça plataforma para inclusão no mercado
Coletivo investe em projetos de educação para negros e LBTQIA+s e expande praças de atuação
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Thaís Monteiro
17 de setembro de 2019 - 12h36
No fim de setembro, a Batekoo, coletivo de cultura urbana voltado à jovens negros e LGBTQIA+, lança uma plataforma em seu site com o objetivo de tornar mais fácil a inclusão desses grupos no mercado de trabalho. O espaço servirá como vitrine para os projetos já desenvolvidos pelo grupo nos cinco anos desde sua fundação e facilitará a ponte entre as iniciativas do coletivo, empresas, profissionais e parceiros interessados.
Uma das vertentes mais recentes, o Projeto AB, foi lançado em junho com apoio da Absolut. A iniciativa consiste em um espaço localizado no centro de São Paulo que oferece atividades e cursos capacitantes para gerar empregabilidade e fomentar empreendedorismo. No primeiro ciclo formativo, que acaba em dezembro e é direcionado à pessoas LGBTQ+, são oferecidos cursos ligados à área de produção cultural, como para bartenders, fotógrafos, videomakers, hostess, seguranças e demais ocupações. De acordo com Pedro Cruz, gerente de projetos da Batekoo, já passaram pelo espaço 200 alunos e o coletivo já mapeou 900 oportunidades de trabalho.
Também no espaço, a Batekoo realiza eventos denominados Diálogos Criativos, onde reúne artistas para compartilhar referências e planeja criar uma feira de empregabilidade e programa de fomento ao empreendedorismo para negros e LGBT+s. Além disso, o coletivo está em negociação com marcas que queiram se conectar com a comunidade atendida para ocupar o espaço.“Problemas complexos demandam soluções complexas, e isso leva um tempo. Como toda mudança cultural, precisamos criar estratégias para que as ações afirmativas, principalmente de inclusão, sejam feitas em todos os níveis de uma organização, e o maior desafio tem sido provar para as lideranças a importância de termos negros, LGBT+, pessoas portadores de alguma deficiência, ocupando postos de trabalho para além dos executores. Precisamos dessas pessoas em posições estratégicas, tomadoras de decisões. E só tendo elas lá dentro para a mudança acontecer”, afirma Cruz.
Outros pilares do coletivo são entretenimento, que inclui as festas que acontecem desde a fundação do grupo e o primeiro festival de música da marca previsto para acontecer em março 2020; a gravadora Batekoo Record, que trabalha com foco na cultura afrodiaspórica e tem Deize Tigrona, Miss Ivy e MC Sophia como alguns dos artistas assinados; e a Cia de Dança Batekoo. Para cada pilar o grupo trabalha com comunidades, empresas, marcas, agências, rede de fornecedores e públicos diferentes.
Na área de entretenimento, o coletivo adianta que além do festival, haverá novidades nas festas com novos formatos e experiências de conversão para as marcas. “Nossa principal proposta é que esses espaços de entretenimento que criamos sejam grandes plataformas de conteúdo e geração de valor compartilhado para as marcas”, argumenta o gerente de projetos. Além de Absolut, a Batekoo trabalha atualmente com a Converse, que viabilizou a viagem recente do grupo à Nova York para tocar no festival Afropunk Brooklyn.
Turnê nacional e internacionalO coletivo ainda iniciará suas festas fora do sudeste: em Belém, Brasília, Curitiba e Fortaleza. “A partir disso, queremos aplicar alguns projetos de formação e empreendedorismo focado nas juventudes urbanas com recorte étnico racial e de gênero”, adianta Cruz.
Para além do Brasil, este ano, a marca Batekoo ganhou o cenário internacional ao realizar atividades e shows em Nova York e no Chile. A agenda inclui, ainda, uma turnê que inicia na África do Sul, à convite do festival Afropunk Joanesburgo, e passa por demais países africanos na produção de um documentário que discorre sobre as relações entre os movimentos culturais afrodiaspóricos.
**Crédito da imagem no topo: Reprodução/Batekoo
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