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“Publicidade infantil é assunto coletivo”

Marici Ferreira, da Associação Brasileira de Licenciamentos (Abral), que inicia a Expo Licensing nesta terça-feira, fala sobre a comunicação dirigida às crianças


30 de agosto de 2016 - 8h55

mariciferreira

Marici Ferreira

Responsável por um faturamento de R$ 17 bilhões no ano passado, o mercado de licenciamentos é um dos setores mais expostos à críticas relacionadas à comunicação dirigida às crianças. Sobretudo, por sua presença no segmento infantil, que responde por 65% de todo o faturamento.

Marici Ferreira, presidente da Associação Brasileira de Licenciamentos (Abral), critica a desinformação que existe sobre o tema no mercado e o quanto ela prejudica o segmento. “Existem várias regras eficientes para dar conta do tema e com frequência saem informações equivocadas sobre o tema, isso prejudica não só o setor de licenciamento, mas vários outros segmentos da economia nacional”, diz.

Ela defende que a discussão sobre o tema seja feita sem “militância” e “exageros” e, principalmente, de forma coletiva. A executiva é responsável pela Expo Licensing 2016, principal evento de licenciamento do Brasil que ocorre entre esta terça-feira, 30, e quarta-feira, 31. Em entrevista ao Meio & Mensagem, Marici fala sobre os caminhos para discutir a comunicação dirigida às crianças e o diálogo com entidades como o Instituto Alana.

Meio & Mensagem – Assim que saiu a decisão da Justiça em relação à Bauducco, criando jurisprudência para casos de publicidade infantil, a Abral se manifestou afirmando que existia desinformação sobre o tema. Quais pontos você acha que são mais confundidos?
Marici Ferreira – A mais preocupante é a veiculação e a afirmação de que a publicidade infantil foi proibida. Há diversos veículos de grande expressão nacional que nem se quer checam a legalidade do assunto, “compram” a ideia e, pior do que isso, informam de maneira equivocada seus leitores. A publicidade infantil não foi proibida! O que existe é um projeto de lei – 5921/2001, que tramita no Congresso há 12 anos e visa proibir expressamente a publicidade e a propaganda para a venda de produtos infantis. O documento já foi apreciado por três comissões da Câmara dos Deputados e segue para a avaliação da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), que verifica se o texto está em conformidade com a Constituição Federal. Quem acompanha o tema da Publicidade Infantil, debatido entre mercados, entidades e poder judiciário, sabe que o mercado dedicado ao público infantil, de modo crescente, segue trabalhando sua comunicação e estratégia com o objetivo de estabelecer uma comunicação adequada e pertinente com o seu consumidor. Que essa seja mais uma oportunidade de todos os envolvidos na questão agirem com transparência e responsabilidade.

M&M- Como é o diálogo entre o setor de licenciamentos e entidades como a Alana?
Marici – É um diálogo tentado, mas pouco efetivo por parte da Alana. Temos um profundo respeito pelo Instituto e suas respectivas causas. Não concordamos com o posicionamento que entendemos como extremista, mas respeitamos e nos colocamos sempre à disposição para o debate saudável e que busque o equilíbrio. Chegamos a propor que nos comunicassem previamente sobre as denúncias que recebem para que coletivamente pudéssemos trabalhar na conscientização da publicidade infantil responsável, mas infelizmente essa tentativa não foi considerada. Continuamos à disposição para um trabalho em conjunto em que consumidor e mercado sejam preservados.

M&M -Por qual motivo, a Abral considera que a resolução do Conanda não faz sentido para o mercado de licenciamento?
Marici – Acreditamos que os parâmetros da publicidade infantil devam ser estabelecidos de forma coletiva, com a participação de entidades, educadores, mercado e representantes da lei. Desta forma, estaremos contribuindo para o equilíbrio das relações de forma ética e democrática. Desde que o tema veio à tona, a Abral, como associação, se posiciona a fim de disseminar uma cultura de comunicação responsável, ensinar os limites de uma comunicação mercadológica para crianças e famílias e discutir com todos os agentes envolvidos (mercado de licenciamento, demais associações, instituições de defesa dos direitos das crianças, e outros) novos caminhos da comunicação que possam agregar positivamente no desenvolvimento e na percepção dos receptores de mensagens publicitárias. Proibir não ensina. Não promove reflexão. Somos a favor do equilíbrio, do aprendizado, do bom-senso.

M&M-Qual a proposta da Abral para buscar equilíbrio nessa discussão?
Marici – Acreditamos na regulamentação. Na criação conjunta de regras e condutas que promovam a conscientização da publicidade infantil responsável. Inclusive, promovemos – junto aos nossos associados, seminários sobre Publicidade Infantil nos quais estão inseridos conteúdos que guiam, ensinam para criações publicitárias mais responsáveis, sem perder a essência do negócio.

Proibir não ensina. Não promove reflexão. Somos a favor do equilíbrio, do aprendizado, do bom-senso.

M&M – Qual a importância do licenciamento para o mercado, para as agências, para as marcas e também para o consumidor?
Marici – No Brasil, o mercado de Licenciamento de Marcas fatura R$ 17 bilhões de reais em vendas no varejo. Emprega 1.300 empregos diretos e milhares de empregos indiretos. É utilizado como uma relevante ferramenta de marketing pela indústria e pelo varejo, afinal o licensing atende ao desejo aspiracional do consumidor de todas as idades. Falando especialmente do público infantil, as marcas e personagens têm um papel significativo na mensagem sobre valores, proporcionando aprendizado, desenvolvimento, inclusão… que quando são transformados em produtos – que carregam esses atributos, podem ou não serem adquiridos pelas família. Cada qual com sua postura sobre consumo, faz essa escolha.

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