Telha Norte investe em lojas de bairro
Novo modelo de lojas foi feito sob consultoria da GS&Consult e deverá ter 40 unidades até 2020
Novo modelo de lojas foi feito sob consultoria da GS&Consult e deverá ter 40 unidades até 2020
Roseani Rocha
22 de outubro de 2019 - 6h00
Nesta segunda-feira, 21, a Telha Norte inaugurou na Avenida Heitor Penteado, no bairro da Vila Madalena, em São Paulo, sua primeira loja da bandeira Telha Norte Já. Com 280 metros quadrados, é a primeira de quatro lojas de bairro que a rede deve ter este ano (as outras serão inauguradas em Pinheiros, Moema e Aclimação), sendo que a meta, para 2020, é chegar a 40 lojas, distribuídas pelos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, além de alguns pontos da região Sul, em que atua com a marca Tonelero. Sua comunicação, também feita pela Ogilvy, agência da Telha Norte, tem foco em ações bem concentradas nas regiões das lojas, como divulgação em caixas das pizzarias locais e distribuição de vale-compras.
O novo modelo, explica Alexandre Machado, sócio-diretor da GS&Consult, tem o objetivo, inicialmente, de explorar regiões verticalizadas, de alto adensamento populacional (em que geralmente há imóveis com certa idade, já pedindo algum tipo de reforma ou manutenção), e buscam atender profissionais “faz-tudo”, zeladores de prédios e o consumidor que, após pesquisas, a consultoria definiu como “consumidor prático” – aquele que não gosta de obras, não se envolve emocionalmente com o assunto e delega esse tipo de tarefas.
Um diferencial, por conta disso, é que a Telha Norte Já nasce tendo feito parceria com o site GetNinjas.com, para que os clientes possam contratar serviços de profissionais de pintura, elétrica, marcenaria, acessando a plataforma na loja, onde já pode pedir orçamentos. A experiência de loja prevê, além do caixa tradicional, a opção de fazer o pagamento das compras por um check-out móvel. Como o número de funcionários é menor, os profissionais que ocuparão as lojas da bandeira serão treinados para ser mais muti-tarefas. Consequentemente, isso também demandou uma revisão do modelo de remuneração, já que todos vendem e os que atingirem níveis maiores de satisfação dos clientes terão algum tipo de premiação.
Enquanto um home center convencional tem metragem entre quatro e 10 mil metros quadrados e o portfólio com 35 mil produtos, o novo conceito explora lojas de 250 a 400 metros e um sortimento físico com três mil itens e possibilidade de entrega em domicílio/obra ou retirada em loja.
A loja, a propósito, não é, mais inovadora, bonita ou aconchegante que os home centers, explica Alexandre, justamente para não espantar os profissionais que pretende atender. “É uma loja funcional e não para ganhar prêmio de design. É para atender esse consumidor profissional ou o consumidor final que esteja começando a frequentar esses locais”, pondera o sócio-diretor da GS&Consult.
O princípio da loja é aumentar a proximidade com o consumidor – aqui não esconde a inspiração nos movimentos que as grandes redes de hiper e supermercados fizeram, de criar suas lojas de bairro – e trazer mais comodidade. Mas ao contrário das redes de supermercados que em alguns casos tornaram as lojas de bairro “boutiques”, com preços mais elevados, a estratégia da Telha Norte Já é manter a competitividade, explorando a política do home center.
Inicialmente pensada para um público AB, a Telha Norte não descarta levar para regiões mais periféricas o conceito Telha Norte Já. No entanto, o formato já teria de ser adaptado para um sortimento de itens mais básicos, pois neste caso as obras, muitas vezes, são para construção de um novo cômodo ou casa e não para reformas.
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