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Mídia

Murdoch: Facebook deve pagar por notícias confiáveis

Norte-americano considera as medidas tomadas pela plataforma prejudiciais ao jornalismo e à sociedade


23 de janeiro de 2018 - 15h26

Por Garret Sloane, do Advertising Age

Rupert Murdoch está pedindo ao Facebook que pague publishers “de confiança” se quiser continuar publicando seus vídeos e notícias, de forma bem parecida a uma empresa da TV a cabo que paga às redes por seus canais.

O magnata da mídia, que controla o Wall Street Journal e a Fox News, tem sido a voz mais potente da velha guarda da mídia a alertar contra a ascensão do poder do Facebook. A rede prometeu grandes mudanças na distribuição de notícias no feed, o que ameaça a maneira como os publishers atingem suas audiências na plataforma.

“Os publishers estão obviamente enaltecendo o valor e a integridade do Facebook para suas notícias e conteúdo, mas não estão sendo recompensados adequadamente por esses serviços. Pagamentos teriam um menor impacto nos

lucros do Facebook, porém um maior impacto para publishers e jornalistas”, disse Murdoch em comunicado publicado na segunda-feira, 22.

Na semana passada, o Facebook anunciou que irá fazer uma pesquisa para determinar quais fontes de notícia são confiáveis e iria limitar a presença de fontes com menos credibilidade. A companhia também disse que irá diminuir a frequência de notícias em geral e, em contrapartida, aumentará os posts de amigos e familiares.

A quantidade de notícias nos feeds das pessoas deverá cair até 20%, de acordo com o Facebook. E as notícias que permanecerem serão as das publicações consideradas mais confiáveis de acordo com a pesquisa do Facebook. Muitas empresas de mídia mostraram-se otimistas e acreditam que terão benefícios com a mudança.

Essas decisões são decorrentes da onda de fake news que invadiram o Facebook nas eleições presidenciais norte-americanas no ano passado. Ao mesmo tempo, a companhia tem tentado encorajar interações mais positivas na plataforma, com menos conversas tóxicas sobre política.

“Facebook e Google popularizaram fontes indecentes por meio de algoritmos que são lucrativos para essas plataformas, mas totalmente não confiáveis. O reconhecimento de um problema é um passo para a cura, mas as medidas preventivas que as duas companhias propuseram são inadequadas comercialmente, socialmente e jornalisticamente”, declarou Murdoch.

Na segunda-feira, o relatório anual Trust Barometer, da Edelman, salientou problemas para Facebook e Google: a confiança em ambas as plataformas caiu 2% e nem metade das pessoas ouvidas dizem confiar nas companhias como fontes de notícias. Por outro lado, 59% das pessoas confiam no jornalismo.

“O Facebook está lutando enquanto a indústria, Washington e a comunidade global estão perdendo a confiança nele. Não há nada pior para uma companhia”, afirma Jason Kint, CEO da Digital Content Next, grupo que apoia publishers e é crítico frequente do Facebook.

Na segunda-feira, 22, um funcionário do Facebook publicou um post questionando se as redes sociais são boas para a democracia, tocando em pontos como fake news, bolhas de mídia e vigilância totalitarista.

“Se existe uma verdade fundamental sobre o impacto das redes sociais na democracia é a ampliação da intenção humana – boa e ruim. A melhor parte é que permite nossa expressão e a pior parte é que permite a desinformação e corrói a democracia”, escreveu Samidh Chakrabarti, gerente de produto e engajamento cívico do Facebook.

Muitos publishers tiveram a esperança de estabelecer uma parceria próxima com a rede social, mesmo que isso significasse dar ao Facebook um poderoso papel de intermediário.

Como Murdoch, muitos publishers estão prontos para ir para os concorrentes do Facebook, como Twitter e Apple, se puderem.

“Estamos ficando muito cansados do Facebook. As mudanças são constantes e, com a falta de oportunidades para monetizar, é chegado o ponto em que temos de nos perguntar se este parceiro se encaixa em nosso futuro”, diz um executivo de uma grande empresa de mídia.

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