Facebook e empresas citadas no NYT se posicionam
Plataforma nega abrir dados sem consentimento; Microsoft, Netflix e Spotify afirmam respeitar usuários e negam acesso privado
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Thaís Monteiro
20 de dezembro de 2018 - 7h32
As constatações da reportagem do jornal norte-americano foram baseadas em documentos internos do Facebook, aos quais o Times teve acesso, além de entrevistas feitas pela reportagem com ex-funcionários da rede social, parceiros, autoridades e especialistas. Segundo a matéria, os acessos acontecem desde 2010 e alguns ainda podem estar abertos.
Konstantinos Papamiltiadis, diretor de desenvolvimento de programas e plataformas para para desenvolvedores do Facebook, divulgou um comunicado dizendo que nenhuma das parcerias firmadas com tais empresas deu acesso a informações de usuários sem sua permissão. Reforçou o mesmo sobre mensagens privadas: segundo o Times, as empresas integradas ao Facebook via Messenger poderiam ver os chats privados de usuários.
Outra fonte de informação das empresas era um recurso denominado pela plataforma de “personalização instantânea”, lançado em 2010, que unia informações públicas divulgadas pelos usuários em seu perfil no Facebook às plataformas de outras empresas parceiras. “Ao pesquisar no Bing (da Microsoft) por artigos sobre uma próxima viagem à Europa, você poderia obter resultados com base no que seus amigos compartilharam publicamente”, exemplificou o executivo no comunicado. Segundo ele, tal recurso poderia ser desativado a qualquer momento pelos usuários e foi encerrado em 2014, mas o Facebook não tem evidências de que os dados foram usados após isso. “No entanto, não devíamos ter deixado as APIs em funcionamento após encerrarmos a personalização instantânea.”“Reconhecemos que precisamos de um gerenciamento mais rigoroso sobre como parceiros e desenvolvedores podem acessar informações usando nossas interfaces de programação (APIs). Já estamos no processo de analisar todas nossas APIs e quais parceiros podem acessá-las”, afirmou Papamiltiadis no esclarecimento.
O executivo esclareceu também que a maioria desses programas foi encerrado, com exceção dos acordos com Amazon, Apple, Tobii (empresa que desenvolve soluções para pessoas com esclerose lateral amiotrófica) e com os navegadores Alibaba, Mozilla e Opera. “As pessoas continuam achando úteis e são cobertas por contratos ativos”, disse Papamiltiadis.
À pedido do Meio & Mensagem, alguns dos players citados pela reportagem do The New York Times se posicionaram em relação aos documentos e depoimentos colhidos pelo jornal.
Netflix
Segundo o NYT, ambos Netflix e Spotify tiveram acesso à conversas privadas dos usuários da rede. Os dois serviços de streaming afirmam em seus respectivos posicionamentos que já usaram o Messenger, chat do Facebook, como recurso para compartilhamento de filmes ou séries e músicas ou podcasts. A Netflix diz que abandonou o recurso.
Spotify
Já o Spotify comunica que antes o usuário podia adicionar texto no compartilhamento de músicas e podcasts via Messenger, mas que hoje isso não é mais possível: “A integração do Spotify com o Facebook sempre teve como objetivo compartilhar e descobrir músicas e podcasts. O Spotify não pode ler as mensagens privadas da caixa de entrada dos usuários do Facebook em qualquer uma das nossas integrações atuais. Anteriormente, quando os usuários compartilhavam músicas do Spotify, eles podiam adicionar texto a esse conteúdo no Spotify. Isso já foi descontinuado. Não temos evidências de que o Spotify tenha acessado as mensagens privadas dos usuários do Facebook”.
Microsoft
De acordo com o jornal, a Microsoft obteve os nomes de usuários que usam a ferramentas de busca Bing, da própria Microsoft, pela lista de amigos de outros usuários. Em seu comunicado, a Microsoft disse: “Ao longo de nosso engajamento com o Facebook, nós respeitamos todas as preferências do usuário”.
Está publicação será atualizada quando mais empresas citadas responderem aos questionamentos de Meio & Mensagem.
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