Mídia
Game ainda é nicho? Pokémon GO responde
O jogo para mobile que utiliza realidade aumentada, lançado na semana passada nos EUA, elevou, em apenas dois dias, o valor de mercado da Nintendo em US$ 7,5 bilhões
O jogo para mobile que utiliza realidade aumentada, lançado na semana passada nos EUA, elevou, em apenas dois dias, o valor de mercado da Nintendo em US$ 7,5 bilhões
Luiz Gustavo Pacete
12 de julho de 2016 - 7h00
A estreia da gigante Nintendo no mercado de games para mobile não poderia ter sido melhor. Lançado na última quarta-feira, 6, nos Estados Unidos, o Pokémon GO, aplicativo que mistura realidade aumentada e interação, já foi instalado em 5% dos dispositivos que operam o sistema Android no País ultrapassando, por exemplo, o app de relacionamentos Tinder.
O sucesso por trás do aplicativo fez as ações da Nintendo dispararem nesta segunda-feira, 11, rendendo um adicional de US$ 7,5 bilhões no valor de mercado da companhia.
Bruno Silva, colunista do Omelete, explica que a nostalgia é um dos principais fatores para o sucesso do game. “Pokémon é um fenômeno desde seu nascimento, em 1995, e Pokémon GO conseguiu captar a atenção tanto de quem acompanha a franquia quanto de quem tem uma relação saudosa com ela”, diz Bruno.
Ainda de acordo com o colunista, o jogo exige duas tecnologias que existem há anos nos celulares: o GPS e a câmera. “O grande trunfo de Pokémon GO é saber juntar todas estas coisas debaixo de uma marca extremamente poderosa”, explica Bruno que espera que a febre, no nível em que está, continue pelo menos até o jogo chegue a outros países, inclusive no Brasil, cuja previsão de lançamento ainda não foi informada. O game também está disponível na Austrália e Nova Zelândia.
Mitikazu Lisboa, CEO Da Hive, especializada em plataformas mobile, explica que as marcas têm duas lições importantes a aprender com o sucesso do aplicativo. “Primeiro: games não são uma plataforma de nicho. Todo mundo é um jogador, e é só uma questão de saber qual jogo o seu consumidor joga” e a segunda é que as experiências de realidade aumentada chegaram para ficar. “Vale notar que isso esbarra no problema que é a resistência que os anunciantes brasileiros têm em aplicar estas e outras tecnologias disruptivas, como tracking e inteligência artificial”, diz Lisboa.
Brasileiros preferem game no mobile
Segundo um estudo realizado pela TNS e comissionado pelo Facebook, divulgado nesta segunda-feira, 11, os jogos no celular já são uma realidade para 73% dos brasileiros. Os computadores ficam em segundo lugar (71%), seguido de tablets (36%) e de consoles tradicionais (30%). Neste ano, a expectativa é que seja a primeira vez que o faturamento vindo de jogos mobile seja maior do que o montante registrado no segmento de títulos para PCs, atingindo US$36,9 bilhões no ano, na frente de consoles, computadores e tablets.
Como funciona
Rodrigo Russano Dias, social media & community manager da Gameloft, explica que o Pokémon GO é inovador por usar a câmera e a função de GPS do celular para transformar os fãs em algo que sempre sonharam em ser: verdadeiros caçadores de Pokémons. “Um dos destaques do game são os PokéSpots, pontos espalhados pela cidade – geralmente, locais públicos – onde os usuários devem visitar para ganhar itens e, um dos focos do título, conhecer outros treinadores ao vivo. ”
Ainda de acordo com Dias, o game traz outras oportunidades. “Lojistas, por exemplo, estão aproveitando para atrair novos clientes com placas avisando que certas criaturas estão ali disponíveis, um método criativo e interessante de não só engajar os jogadores como também encorajá-los a conhecer a loja e seus produtos”, conclui Dias.
Assista ao vídeo que explica o game:
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